Após dois anos de pandemia, o país vive um movimento de valorização de lojas de rua. A pesquisa da empresa IEMI realizada em todo o país, no ano passado, revelou que 57% dos consumidores preferiam comprar em lojas de rua e 43%, em shoppings. Com o aumento do valor do frete, fazer as compras presencialmente pode se tornar mais atrativo para muitas pessoas.
Consultor de negócios da Consulting Consultores Associados, Hector Seido avalia que a pandemia forçou a aceleração do processo de inserção das empresas no meio digital, assim como impulsionou o surgimento de novos negócios em plataformas completamente digitais e, consequentemente, forçou a retração dos negócios físicos. Para ele, com o processo de imunização avançando é natural que exista um reequilíbrio entre compras físicas e digitais.
“Contudo é importante que o empreendedor compreenda as consequências destes processos. O comportamento e as dores do consumidor mudaram. Hoje é possível perceber a necessidade de uma melhoria no controle e logística de estoque eficiente, um atendimento mais dinâmico e ágil. Sendo o negócio físico ou digital, a tecnologia integrada se tornou fundamental”, afirma.
Mais ou menos vantajoso?
Hector acredita que, para empresas que existem, hoje, de forma completamente digital, sua principal vantagem é a redução das despesas em relação ao custo de aquisição do seu cliente. “Visto que não têm a necessidade de ocuparem áreas mais nobres, nem investir tanto na apresentação física do negócio. Porém, o fato de não ter um ponto físico bem localizado traz a desvantagem do distanciamento do consumidor em relação ao produto, o que torna muito mais difícil o encantamento e fidelização”, ressalta.
Além disso, Fernando Pinho, da PA Informática, acredita que não necessariamente uma loja digital é mais simples de gerenciar do que uma loja física. “No virtual, existe o problema da logística de entrega, logística reversa (devolução) e disponibilidade de estoque para não haver perda de vendas”, pontua. Hector lembra que, em função disso, lojas físicas já têm adotado uma função importante: a de vitrine e ponto de distribuição das compras feitas online. “Essa ação aumenta a confiabilidade e, consequentemente, a participação de mercado da empresa”, observa.
No entanto, o consultor lembra que os negócios físicos não estão livres dos custos logísticos. “Estes, por sua vez, se não forem bem geridos são até superiores aos das plataformas de entregas residenciais, o que força ao lojista a repassar este custo aos consumidores da loja física e, por consequência, perder competitividade no preço do produto ofertado”, acrescenta.
Integração completa
Hector Seido também acredita que, indiferente do ramo de atuação, o lojista que se destaca, hoje, precisa existir de forma híbrida, possuir presença digital e física integrada e eficiente, aproveitando todos os recursos já disponíveis na logística estruturada e aproveitando o alcance de mercado oferecido pelos marketplaces, ou modelos de negócio.
De acordo com Fernando Pinho, um bom sistema de gestão pode facilitar a vida do lojista por reunir todas as informações do seu negócio em um só lugar. “O software integrado é capaz de realizar a exportação de produtos e suas características (descrição, preço de venda, foto), importar as informações das vendas, cadastro dos clientes, dados de pagamento e entrega. Também é possível enviar dados da Nota Fiscal Eletrônica e da previsão de entrega do produto ao cliente”, explica o especialista sobre a importância de uma integração completa.
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