Com a aquisição do Empreendimentos Médico Cirúrgicos Ltda (EMEC), em Feira de Santana, no início deste ano, e a construção de um hospital, que levará o nome de Mater Dei, a rede mineira de serviços de saúde está desembarcando na Bahia com um investimento combinado de R$ 700 milhões, sendo R$ 200 milhões em Feira e R$ 500 milhões em Salvador. Para o presidente da Rede Mater Dei, o médico Henrique Salvador, a inauguração da unidade, prevista para o próximo domingo (dia 1º), colocará a capital baiana entre as poucas cidades do país com um equipamento hospitalar do tipo. “(Salvador) É uma das quatro cidades mais populosas do país, é a porta de entrada do Nordeste. Tem uma área de influência que vai muito além dela própria, porque a Bahia é um estado grande e Salvador é um polo de influência”, explica. Isso e uma razão afetiva, que ele faz questão de frisar: a mãe é baiana, de Feira. Salvador acredita que o Mater Dei deverá funcionar como um hub de desenvolvimento para a região. De cara, o início da operação resultará em 800 empregos diretos, mas o número vai chegar a 2 mil, quando todos os 370 leitos estiverem em funcionamento.
Sobre os motivos da expansão o presidente explica que “Esse é um movimento que se explica por um fenômeno que tem acontecido no mundo inteiro e agora, mais recentemente estamos verificando no Brasil. Existia uma lei no país que impedia que empresas prestadoras de serviços hospitalares tivessem acesso a capital estrangeiro, que pudessem abrir o capital na bolsa, ou se capitalizar de alguma maneira para crescer. Há uns cinco anos, essa lei mudou, permitindo que essas empresas pudessem acessar esses recursos. Isso coincidiu com um momento em que algumas organizações hospitalares chegaram à conclusão de que precisavam crescer até para se posicionarem melhor. E o que este crescimento nos permite? O Brasil tem aproximadamente 4,5 mil hospitais privados, muitos são pequenos. Estes estabelecimentos tem poucas condições de negociar com fornecedores de equipamentos e até com as operadoras de planos de saúde. Quando você consolida mais unidades debaixo de uma mesma bandeira, passa a ter possibilidade de negociar melhor os insumos. Crescer nos dá a oportunidade de nos relacionar de maneira mais relevante com os diversos públicos. Podemos atrair médicos mais talentosos, ser mais relevantes para alguns operadores de planos de saúde, consegue investir mais em segurança e qualidade hospitalar”, disse em entrevista ao Jornal Correio.
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