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INVESTIMENTO EM CULTURA IMPACTA 60 SETORES DA ECONOMIA

Redação - 23/04/2022 08:40 - Atualizado 23/04/2022

Do material usado na cenografia de um espetáculo ao custo da alimentação da equipe que o produz, o investimento em cultura e entretenimento chega a movimentar 60 setores a economia do Brasil, revelam dados da Fundação Getúlio Vargas. A pesquisa não parece ter convencido o ex-secretário de Fomento à Cultura André Prociuncula, que recomendou o uso de R$ 1,2 bilhão da Lei Rouanet a projetos pró-armas.

No episódio # do podcast O Assunto, a advogada especializada em políticas culturais Cris Olivieri comenta as mudanças que vêm ocorrendo na principal lei de incentivo à cultura durante o governo Bolsonaro. Em fevereiro deste ano, o governo reduziu de R$ 45 mil para R$ 3 mil o limite do cachê que pode ser pago a artistas solo por apresentação através da Lei Rouanet. Também houve uma redução de R$ 10 milhões para R$ 6 milhões no teto de captação das empresas que financiarem iniciativas culturais. Quem sente o impacto desse corte , segundo Olivieri, são os profissionais na base da cadeia produtiva.

“Esse dinheiro não fica na mão de uma pessoa, nem de um artista. Fica na mão de uma cadeia gigante de profissionais. E uma atividade que impacta muito as empresas de médio e pequeno porte. A advogada também explicou os efeitos de centralizar as decisões sobre o financiamento dos projetos, que na atual gestão deixaram de contar com o parecer da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), formada por representantes da sociedade civil. “Independente do governo e da ideologia, colocar nas mãos de um único ser humano a decisão sobre toda a produção cultural financiada no país é muito poder para uma pessoa só”, diz. “É esperar demais que qualquer ser humano tenha essa isenção e objetividade na escolha.”

Foto: divulgação

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