O número de bolsas para pesquisas científicas e formação de docentes caiu no Brasil durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) no comparativo com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)/Michel Temer (MDB). As informações foram obtidas pelo UOL, via Lei de Acesso à Informação. Os dados indicam que a queda é de 17,5% no número de bolsistas contemplados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de 16,2% pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Enquanto as bolsas do Capes buscam expandir os cursos de pós-graduação a professores brasileiros e formar “recursos humanos de alto nível” — como gestores de alta qualificação para os setores público e privado —, as bolsas do CNPq são destinadas a pesquisas científicas em diferentes áreas de formação. A média anual de bolsistas do CNPq caiu de 88,9 mil no governo Dilma Rousseff (PT)/Michel Temer (MDB), de 2015 a 2018, para 73,3 mil na atual gestão. Na comparação com o primeiro governo Dilma (91,4 mil), a queda é de 20%.
O CNPq já atribuiu a redução de bolsas ao corte orçamentário após o fim do programa Ciências sem Fronteiras, que financiou cerca de 93 mil bolsas de estudo para estudantes brasileiros no exterior de 2012 a 2016. A redução nas concessões coincide com o repasse de verbas cada vez menor. Se comparada ao governo da petista, a média anual de despesas caiu pela metade no atual mandato (de R$ 2 bilhões para R$ 1 bilhão).
Na comparação com a administração Dilma/Michel Temer, a redução foi de 20% (de R$ 1,25 bilhão para R$ 1 bilhão). Os números foram corrigidos pela inflação. A redução nos investimentos também atingiu a Capes, vinculada ao Ministério da Educação. O ano passado registrou o menor volume (284 mil bolsistas) desde 2012 (265 mil). Ficou longe do recorde registrado em 2018, já no governo Temer, quando havia 458,9 mil bolsistas.
Considerando a média anual de bolsas da Capes, o número passou de 405.792 na gestão Dilma/Temer para 339.936 no governo Bolsonaro (queda de 16,23%). Na comparação com o primeiro mandato da petista (302.313), houve alta de 12,5%. A redução nas concessões seguiu a queda nas despesas governamentais para esse fim: 46% menos na comparação entre o governo Bolsonaro e Dilma/Temer, e redução de 39% na comparação com o governo Dilma.
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil