A guerra familiar de Marcelo Odebrecht contra o pai e o irmão, Maurício Odebrecht, que se arrasta desde a prisão do empreiteiro pela Lava Jato, teve um novo round. Marcelo protocolou documentos na Justiça de São Paulo e na da Bahia, acusando o pai e o irmão de extorsão.
Segundo ele, seu pai e seu irmão, Maurício, propuseram um acordo para encerrar a briga judicial desde que ele entregasse aos dois a sua participação de 20,9% na EAO Empreendimentos, empresa que controla as fazendas e as obras de arte da família.
Marcelo manteve encontros com negociadores indicados por Emílio e gravou a conversa. São essas gravações, e outras transcrições de diálogos e mensagens eletrônicas trocadas até com os pais, Emílio e Regina, que Marcelo entregou à Justiça.
Pessoas próximas afirmam que Marcelo nunca aceitou a escolha de Maurício, que antes da Lava Jato, se dedicava apenas a administração das fazendas, para ser o CEO o CEO do grupo, feita após decisão dos cinco núcleos familiares herdeiros de Norberto Odebrecht,
Maurício é filho de Emílio e um dos três irmãos de Marcelo — a família conta ainda com Mônica e Márcia Bahia Odebrecht. Maurício é considerado afável, de fácil convívio e nunca fez questão de interferir na condução do grupo, ficando sempre em segundo plano, dedicando-se à agropecuária e aos leilões de gado.
Nas conversas, os negociadores propõem um pagamento de R$ 30 milhões, que Marcelo dispensou. Para Marcelo, sua parte nas fazendas, registrada na contabilidade da EAO com valor de R$ 74 milhões, vale na verdade entre R$ 150 e R$ 200 milhões. Nos documentos, Marcelo acusa Emílio e Maurício de usar a Odebrecht para conseguir vantagens particulares às custas de seu patrimônio pessoal. Segundo ele, suas ações da EAO são hoje todo o seu patrimônio. (OG)