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SITUAÇÃO DE BRUNO REIS NA CÂMARA FICA DELICADA APÓS REELEIÇÃO DE GERALDO JUNIOR

Redação - 12/04/2022 06:49

A quase eminente judicialização da reeleição de Geraldo Júnior (MDB) na câmara de Salvador trouxe uma série de problemas para o prefeito Bruno Reis (UB). Alguns deputados consideraram a reeleição uma manobra de Geraldo com aval de Bruno para se manter no poder e ameaçam judicializar a questão. Claudio Tinoco em conversa com o Bahia Econômica confirmou que vai procurar os advogados para saber se pode judicializar.

Com a mudança na câmara, Geraldo Júnior antecipou a eleição da mesa diretora – prevista para o início de 2023 – e em chapa única foi eleito para seu terceiro mandato consecutivo, e colocou um aliado de primeira hora na vice-presidência para o biênio 2023-2024: o vereador Carlos Muniz (PTB). O movimento ocorreu pouco antes de o vereador, até então aliado do grupo de ACM Neto e Bruno Reis, virar de lado e ser anunciado como vice-governador para a chapa de Jerônimo Rodrigues, do PT.

A articulação de Geraldo aconteceu “bem debaixo do nariz” do líder do governo na Câmara, Paulo Magalhães Jr (UB) e do prefeito Bruno Reis (UB), e deixou a gestão em uma saia justa. Não era segredo que o nome de Kiki Bispo (UB), vereador que está licenciado para atuar na Secretaria de Combate à Pobreza e Promoção Social, estava posto para disputar a sucessão de Geraldo em 2023 com chancela de Bruno. A responsabilidade pelo “nó” político que o grupo recebeu foi, inclusive, atribuída por um aliado histórico de ACM Neto sob condição de anonimato a Paulo Magalhães e ao próprio prefeito.

Quem também tem se queixado das amarrações políticas são algumas lideranças de partidos aliados. O caso que exigiu maior atenção foi o do PSDB, que reclama da relação com os nomes de candidatos – também chamada de nominata – para a disputa das eleições proporcionais, já que foram prometidas indicações de quadros para compor a legenda e agregar votos, a “rabada”. O PSDB também decidiu mostrar seu valor após o principal nome do partido não se desincompatibilizar do Executivo para pleitear a vice de Neto. Prefeito de Mata de São João, João Gualberto preferiu continuar onde está e, diante dos avanços para a vaga ser ocupada por Marcelo Nilo, recém filiado ao Republicanos, os tucanos indicaram Adolfo Viana para a majoritária.

A defesa por um nome do partido é uma tentativa de não ficar ‘para trás’ no processo, que entregaria a vice para o ‘novato’ do grupo, Nilo, que já chegaria sentando na janela. O desejo do partido não está centrado em Adolfo, e até o nome da vereadora de Salvador, Cris Correia, passou a ser aventado como possibilidade. Como justificativa, um dos quadros do PSDB apontou que a sigla sempre foi parceira de primeira hora de ACM Neto, desde o início de seu projeto político, e ajudaram, inclusive, a carregar a pecha de fazer oposição há mais de 14 anos na Bahia.

Na mesma linha de insatisfações está o Solidariedade, partido que declarou apoio formal à candidatura de ACM Neto ao Palácio de Ondina no início do mês de março. A ideia da legenda é lançar pelo menos 40 candidatos à Câmara dos Deputados e 64 à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Lideranças, no entanto, apontam para o papel de centralização de Bruno Reis, que quer participar diretamente do processo para a indicação dos nomes que fortaleceriam a chapa proporcional do partido, mas que até o momento poucos candidatos chegaram para a conta.

Foto: divulgação

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