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SALVADOR TEM PRIMEIRA AULA 100% IMERSIVA NO METAVERSO

Redação - 30/03/2022 07:09 - Atualizado 30/03/2022

Um universo dentro do universo, com todos os sentidos ainda mais aguçados pela possibilidade de transformação instantânea do ambiente. Esse é o metaverso, um espaço de realidade virtual em outra dimensão, apresentado pelo Centro Universitário Senai-Cimatec, ontem, em Salvador, quando ocorreu a primeira aula totalmente dentro desse ambiente.

A reportagem conferiu de perto, ou melhor, de dentro da sala virtual: a sensação é de estar em uma dimensão onde tudo é possível. Mergulhar no metaverso significa criar um corpo personalizado com características parecidas com a do usuário – chamado de avatar – e entrar em um ambiente 360º, cheio de detalhes que aproximam o visual da realidade.

E não para por aí, ainda é possível encontrar outras pessoas na mesma dimensão, esta que, por sua vez, pode ser mudada instantaneamente, e levar os participantes de uma praia para um escritório ou até para um mosteiro na Grécia em um piscar de olhos. Já imaginou poder escolher onde trabalhar ou estudar?

Diferente dos ambientes de videoconferência, que se tornaram exaustivos durante a pandemia, o metaverso também garante encontros com direito a projeção de apresentação e tecnologia de áudio espacial, que promove uma experiência de áudio 360º, onde cada movimento no mundo físico é reproduzido em sincronicidade no mundo virtual.

Na experiência imersiva de ontem, o professor de mestrado em administração na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Antonio Eduardo de Albuquerque, participou da aula e contou como a experiência pode ser benéfica para encontros à distância. “Eu achei perfeito. Toda a questão de saúde, de fadiga e cansaço, eu senti nas reuniões durante a pandemia, e como professor, dava aula e via meus alunos cansados. Eu penso que isso é algo que pode ser bom, pelo fato de ter uma interação maior”, destaca Eduardo.

No metaverso, a Prof.ª Dr.ª Ingrid Winkler, líder do grupo de pesquisa Realidade Virtual e Realidade Aumentada para inovação na Indústria, Saúde e Educação do Centro Universitário Senai-Cimatec, ministrou uma aula, que contou com a participação de seis doutorandos (cinco da Fiocruz – Rio e um da Fiocruz-BA).

Equipados com óculos de realidade virtual e sensores de movimento, fora da sala de aula convencional, o grupo discutiu o tema ‘Immersion is old, immsersion is new: Metaverso, Extended Reality [A imersão é antiga, a imersão é nova: Metaverso e Realidade Extendida] e outras realidades na Gestão e Tecnologias Industriais’, durante cerca de uma hora.

Mesmo quem não usou o equipamento necessário para entrar no ambiente da aula, foi inserido através de videoconferência. No metaverso, uma tela foi adicionada na sala para transmitir para dentro do ambiente as imagens dos participantes que não estavam equipados. A experiência de imersão não é a mesma que a dos meta usuários, mas possibilita a participação até de pessoas sem o equipamento, como em uma chamada de vídeo.

“Metaverso não é um conceito novo, ele já existe a algum tempo, mas desde outubro [de 2021] a empresa que antes era o Facebook, se posicionou com um novo nome, Meta, e lançou esse produto, esse ecossistema imersivo chamado metaverso. É um nome comercial, existem outros sistemas, mas esse ganhou grande visibilidade”, explica Ingrid.

Entre os pontos positivos do ecossistema imersivo, de acordo com a líder do grupo de pesquisa Realidade Virtual, está a redução da fadiga do zoom – exaustão causada pelo excesso de encontros por videoconferência. Um estudo realizado pelo Gardiner, sobre o consumo do metaverso, aponta que até 2026, 25% das pessoas do mundo vão passar pelo menos uma hora nesse ambiente.

Esse é um produto que está se popularizando e ainda é considerado caro. Seu valor inicial é de US$ 299,00, cerca de R$ 1.495,00. Apontar quanto tempo levará para que mais pessoas tenham o equipamento em casa é uma previsão que depende do seu barateamento. “Se as empresas conseguirem baixar os custos, se essa puder ser uma experiência, do ponto de vista imersivo, satisfatório e ainda a um custo que seja acessível para muitas pessoas, porque estamos falando de um país desigual, ele vai se popularizar muito rápido”, destaca Ingrid Winkler.

Foto: divulgação

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