por Gabriela Marotta
Confirmado ao portal Bahia Econômica, o cronograma para a construção da Ponte Salvador-Itaparica já foi definido pela concessionária. Já foram concluídos a batimetria, a geofísica e estudos ambientais, sociais e culturais. A próxima etapa será a dragagem do Porto de Salvador e a sondagem da Baía de Todos os Santos, previstos para ter início no segundo semestre deste ano.
Concluído esse passo, a concessionária vai em busca da emissão da licença ambiental de instalação e a aprovação de todos os órgãos envolvidos, para então instalar o canteiro de obras. Serão três canteiros onde serão fabricados os pré-moldados: em Salvador, Vera Cruz e no Estaleiro são Roque, em Maragogipe.
Ainda segundo informações enviadas ao Bahia Econômica, as desapropriações necessárias para o início da obra acontecerão ao longo do período de construção, “garantindo à população condições iguais ou melhores àquelas que viviam”. No entanto, a definição das áreas que serão desapropriadas ainda está em fase de estudos.
“O processo de desapropriação, quando ocorrer, será mediante prévia e justa indenização, sempre em observância aos termos da legislação em vigor. Para o regular desenvolvimento dos trabalhos, a Concessionária dispõe de equipes própria e terceirizada com ampla expertise no âmbito social, jurídica e de engenharia de avaliação, que desenvolverão os trabalhos de forma a mitigar todos os possíveis impactos e darão toda a assistência necessária aos expropriados”, afirmou a Concessionária.
Questionados sobre o PDDU – Plano diretor de Desenvolvimento Urbano , a Concessionária garantiu ao Bahia Econômica que as prefeituras de Salvador e Vera Cruz já têm conhecimento do projeto em seus diversos detalhes, incluindo as desapropriações, mas que o Plano é elaborado pelos municípios. “A Concessionária, inclusive, está trabalhando em conjunto aos municípios para avaliar a melhor forma de aproveitamento das áreas que serão desapropriadas”.
Sobre a ponte:
A ponte Salvador-Itaparica tem o objetivo de se tornar a maior do Brasil. Recentemente teve seu orçamento elevado em cerca de 80%, passando de R$ 5,5 bilhões para R$ 9 bilhões, segundo o Governo da Bahia, por reflexo da elevação de insumos, como aço e cimento. A obra, que será feita na maior parte por investimentos de empresas da China, tinha previsão para começar em 2021, mas houve atrasos em desapropriações e no reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. O prazo é de quatro anos para o término. A nova construção terá 12,4 km de extensão sobre a Baía de Todos-os- Santos, com mais 4,6 km de acessos viários a serem construídos em Salvador, totalizando 17 km.
O governo baiano assinou contrato de concessão por 35 anos com o consórcio formado pelos grupos CCCC (China Communications Construction Company) e CR20 (China Railway 20 Bureau Group). O contrato, na modalidade de PPP (Parceria Público-Privada) prevê que 80% dos investimentos devem ser da empresa concessionária, com direito à exploração do pedágio. Isso quer dizer que o aporte do governo baiano deve chegar a quase R$ 2 bilhões.
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