Por Thiago Conceição
Em entrevista ao Bahia Econômica, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, afirma que a alta dos combustíveis e os conflitos entre Rússia e Ucrânia têm impactos nos preços das commodities e liga o sinal de alerta para o agronegócio baiano. O total de 25% dos fertilizantes utilizados no estado vem da Rússia, que fez embargos com relação ao transporte do produto.
“A principal preocupação está nos preços dos produtos. Eles sobem com o aumento dos custos na lavoura. E os gastos com os insumos agropecuários crescem a cada ano, com a maior parte da logística de transporte feita por meio das malhas rodoviárias, estando atrelada ao preço dos combustíveis. Além disso, antes do impacto da guerra teve o da covid-19, afetando os preços dos fertilizantes e defensivos. Na região Oeste da Bahia, o aumento foi de 222%, nos últimos 2 anos”, explica Miranda.
De acordo com Miranda, o Brasil pode compensar o impacto dos fertilizantes através da compra em outros países, a exemplo do Canadá. “Na última semana, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, esteve no Canadá para estreitar relações comerciais no mercado da carne e dos fertilizantes”, acrescenta o presidente.
Além disso, para o futuro, Miranda afirma que é preciso investir e avançar em tecnologia de substituição dos tradicionais fertilizantes, como o uso dos chamados bioinsumos, organismos vivos, como bactérias, insetos ou plantas, usados para melhorar a fertilidade do solo. No âmbito dos combustíveis, a Faeb espera que medidas como zerar os impostos sobre os combustíveis possam ajudar na redução de impactos para o agronegócio baiano.
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