por: Vitória Estrela
Em entrevista ao portal Bahia Econômica, Rosemma Maluf, sócia-diretora do Shopping Bahia Outlet Center e coordenadora da Câmara Estadual da Mulher Empresária da Fecomércio, descreveu os maiores desafios enfrentados quanto a inserção da mulher no meio empresarial e na busca pela construção de uma carreira. “Nós mulheres enfrentamos preconceito quando somos ambiciosas. A ambição é um adjetivo que cabe muito bem ao homem, mas não é tão bem visto quando se trata de uma mulher, sendo essas questões, ligadas à cultura e estereótipo”, disse.
Entre as dificuldades, a busca pela igualdade de gênero e equiparação salarial, segundo a Maluf, também é uma grande luta da mulher e faz parte de uma longa jornada em sua trajetória profissional. Dados do Fórum Econômico Mundial (FMI), corroboram a empresária: serão necessários 136 anos para que a igualdade entre homens e mulheres seja alcançada globalmente. Rosemma afirmou, ainda, que as mulheres são sub-representadas, sendo responsáveis por empresas de médio a pequeno porte, ao contrário dos homens, que alcançam posição de destaque mais rápido.
A dificuldade em colocar-se equiparadamente aos homens em empresas faz as mulheres, na visão de Rosemma, buscar o empreendedorismo como forma de colocação no mercado de trabalho. A possibilidade de vincular o empreendimento com a família é uma das principais motivações para isso. “Mulheres empreendem por necessidade, em áreas onde conseguem conciliar a vida privada com a vida dos negócios, as quais, na maioria das vezes, não são áreas rentáveis” , conta a empresária baiana.
Com relação à participação das mulheres baianas na defesa dos seus interesses no meio comercial. “Há uma representatividade nos dias atuais. Houve, por exemplo, a criação da primeira Câmara Estadual da Mulher Empresária, implantada em Salvador, que garantiu na Federação do Comércio do Estado da Bahia , uma política de expansão dentro das câmaras, com o intuito de fortalecer a cultura de associação empresarial feminina” , relata Rosemma Maluf.
Por fim, a empresária destacou o apoio às políticas de cotas para o maior acesso às mulheres nos espaços públicos e empresariais. “São políticas positivas, aceleradoras, porém devem ser transitórias, permanecendo apenas até a correção das falhas”.