Parlamentares e lideranças que integram a cúpula do PP na Bahia começaram a desembarcar ontem em Brasília para uma série de reuniões voltadas a discutir o destino do partido na sucessão estadual, a reboque das seguidas reviravoltas na chapa majoritária da base aliada ao Palácio de Ondina. A agenda de encontros está mantida sob sigilo máximo pelos pepistas, mas a Satélite apurou que um deles será com o ministro da Casa Civil, o piauiense Ciro Nogueira. Apesar de licenciado da presidência nacional da sigla, Nogueira tem poder absoluto sobre decisões envolvendo acordos do PP para as eleições nos estados.
A movimentação ocorre um dia após o mal-estar gerado pela entrevista do senador Jaques Wagner (PT) à Rádio Metrópole, na qual ele anunciou que o governador Rui Costa desistiu de renunciar para disputar o Senado e, consequentemente, de entregar o cargo ao vice, João Leão (PP). O que elevou a pressão interna para que o partido deixe o bloco do PT e apoie a candidatura do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) ao governo.
Entre cardeais da base, é quase unânime a avaliação de que a nova mudança na chapa governista praticamente jogou João Leão e grande parte do PP no colo da oposição, embora estejam em curso costuras para reverter a tendência. Entre elas, uma conversa do ex-presidente Lula com as principais peças no tabuleiro do PT, prevista para amanhã ou depois. No momento, a ordem na bancada baiana do PP na Câmara é silêncio. “Por ora, nada a declarar. Acredito que (o cenário estará claro) antes do prazo dado pelo governador, dia 13 (data que Rui fixou como limite para definifr a chapa)”, disse o deputado federal Cláudio Cajado, um dos mais influentes nomes do partido na Bahia.
Mesmo com os desgastes causados pelos recentes desacertos na composição do palanque da base, é crescente a percepção nos dois lados do front que a bagunça no xadrez governista pode não passar de jogo de cena para camuflar a real estratégia do PT. A hipótese ganha força até no núcleo de confiança de Wagner e Rui, para quem os últimos episódios, pelo nível de erros cometidos só por políticos inexperientes, não fazem qualquer sentido, além de cortina de fumaça para esconder cartas. As informações são da coluna Satélite do Jornal Correio
Foto: divulgação