Apesar de condenar a invasão russa, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que a organização não enviará tropas para lutar ao lado das forças de resistência na Ucrânia. Ainda que, institucionalmente, a Otan defenda que não tomou parte no conflito, os países-membros podem oferecer ajuda humanitária e militar. “Os aliados da Otan fornecem diferentes tipos de apoio militar [ao governo ucraniano]: material, armas antitanque, sistemas de defesa aérea e outros tipos de equipamento militar, além de ajuda humanitária e também apoio financeiro, mas a Otan não deve fazer parte do conflito e não enviará tropas ou aviões para a Ucrânia”, disse ele, nesta terça-feira (1º).
A fala se dá porque, apesar de pleitear a entrada na Otan, a Ucrânia ainda não integra a aliança militar multinacional. O interesse em participar da coalizão, inclusive, é um dos motivos do embate com a Rússia, que teme a intensificação da influência dos Estados Unidos próximo às suas fronteiras. De acordo com informações da Agência Brasil, Jens Stoltenberg afirmou ainda que o líder russo Vladimir Putin “destruiu a paz na Europa” ao atacar a Ucrânia de forma “inaceitável”, e que, por este motivo, a Otan acionou, pela primeira na história, sua Força de Resposta militar.
“A guerra de Putin afeta a todos nós. E os Aliados da Otan estarão sempre juntos. Para defender e proteger uns aos outros”, disse o secretário-geral, citando a presença de jatos de combate americanos na base aérea polonesa de Lask e a iminente chegada de tropas francesas à Romênia. “Protegeremos e defenderemos cada centímetro do território da Otan”, acrescentou Stoltenberg. “Mas não buscamos o conflito com a Rússia, que deve parar imediatamente a guerra, retirar todas as suas forças [militares] da Ucrânia e se engajar de boa fé nos esforços diplomáticos”, ponderou.
Na mesma ocasião, o presidente polonês Andrzej Duda reforçou a fala de Stoltenberg. “Como o secretário-geral disse, não estamos enviando jatos para a Ucrânia pois isto configuraria uma interferência militar no conflito ucraniano. A Otan não é parte nesse conflito. No entanto, a Polônia está apoiando os ucranianos com ajuda humanitária”, explicou.
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