Sem Carnaval pelo segundo ano consecutivo, as festas particulares são a opção para aproveitar esta época do ano. Prova disso foi o evento que marcou a noite desta quarta-feira (23), no bairro do Santo Antônio Além do Carmo. As festas de rua estão proibidas em toda Bahia como medida de proteção contra a disseminação da covid-19. Eventos fechados poderão ocorrer neste período desde que sigam as normas de segurança. É obrigatório o uso de máscara de proteção, a apresentação do passaporte de vacinação com o esquema completo e o máximo de 1.500 pessoas no local.
O bloco de fanfarra Gravata Doida, que tradicionalmente desfila nas ruas do Santo Antônio Além do Carmo no dia da abertura do Carnaval, fez o seu próprio baile, no espaço da Igreja do Santo Antônio, para matar a saudade dos foliões. Marcado para começar às 19h, os primeiros foliões do Baile da Gravata começaram a chegar durante o pôr do sol, como foi o caso de Bárbara Freitas, 35 anos. “É um jeito de me sentir mais próxima do Carnaval. Não perco uma festa de pré, vou para quase todas. Acho que vai bombar, porque eu amo o [Alexandre] Peixe e ele tá aí hoje [ontem]”, disse Bárbara.
A fantasia, o glitter e as cores vibrantes estavam presentes no traje das pessoas, mas o que não se via era o item obrigatório: a máscara de proteção. As horas avançaram e o esquenta aguardado por Bárbara começou a se formar na praça. A maioria das pessoas parecia não se preocupar com o uso da máscara e chegava em grupos. No local não houve fiscalização, e a Polícia Militar observou de longe. A reportagem entrou em contato na noite dessa quarta com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), mas não houve retorno.
A fanfarra do Charanga do Gravatá desfilou da praça até a entrada do evento, anunciando que já era hora de começar. Os músicos estavam acompanhados por pessoas fantasiadas de bonecos. Muitos foliões seguiram o grupo, inclusive moradores do bairro. Mas para eles a festa dividia opiniões. Bruna Vieira, 35 , vê o evento como uma maneira de retomar a agitação no bairro e ajudar economicamente os vendedores ambulantes. Já para Adriana Lisboa, 49, a festa evidencia problemas antigos, como barulho excessivo próximo às casas e a falta de banheiros químicos na praça.
Foto: Arisson Marinho/ CORREIO