A compra da SulAmérica Saúde pela Rede D’Or, uma transação de mais de R$ 15 bilhões, coloca de forma clara o processo de verticalização e concentração do setor. Esse processo já tinha sido deslanchado com a fusão entre duas operadoras de planos de saúde, a Hapvida e a Notre Dame Intermédica, criando um grupo nacional, o único que de verdade tem essa abrangência, e com um tamanho realmente de assombrar. Juntas, as empresas podem valer em torno de R$ 100 bilhões de reais — mesmo valor de mercado de Rede D’Or.
O mercado está se concentrando e com a compra da SulAmérica, que tem mais de R$ 20 bilhões de receita anual e quase 2,5 milhões de beneficiários em saúde, aumenta o interesse da D’Or pelos ativos da Amil, que são do United Health Group (UHG) com 3,3 milhões de vidas. A Rede D’Or, que já tem mais de 70 hospitais, precisa de mais clientes, precisa se ampliar e aí entra a possibilidade de compra de outros players do setor, isso porque precisaria entre 5 e 6 milhões de beneficiários para conseguir otimizar sua estrutura.
Isso abre oportunidade para outras aquisições e abre também uma disputa mais acirrada no mercado, inclusive com planos de saúde de médio a pequeno porte e planos estatais, como o Planserv que possui mais de 500 mil beneficiários. O governo da Bahia não parece, no entanto, interessado em vender o Planserv, que hoje é administrado pela Qualicorp.
Mas a concorrência é ampla, afinal, o grupo Dasa também quer comprar a Amil e a Bradesco Seguros, que vive sob a sombra da frondosa saúde de um grupo financeiro, também tem interesse no grupo. Não se descarta, inclusive, a possibilidade desses grandes grupos irem ao mercado buscando comprar empresas de pequeno e médio porte. Com informações da Revista Exame.