O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,7 ponto em fevereiro, para 96,7 pontos, atingindo o menor nível desde julho de 2020, quando bateu em 89,8 pontos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). É a sétima queda consecutiva do indicador. Além disso, de acordo com o FGV/Ibre, em médias móveis trimestrais, o ICI manteve a tendência negativa ao cair 1,8 ponto. “O mês de fevereiro manteve a tendência de queda disseminada na indústria, sendo a maior sequência de quedas desde 2014, quando foram registrados oito meses consecutivos de retração”, comentou a economista do FGV/Ibre, Claudia Perdigão.
“A indústria enfrenta desaceleração da demanda acompanhada ainda de persistência dos gargalos produtivos que pressionam os custos. A redução do IPI programada pelo governo poderá ser um fator a impulsionar à indústria, atuando sobre a inflação industrial e estimulando da demanda”, acrescentou em nota.
Conforme destaca o FGV/Ibre, o resultado do mês de fevereiro foi influenciado por uma piora tanto das avaliações sobre a situação atual quanto das perspectivas para os próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) cedeu 1,3 ponto, para 98,5 pontos, o menor desde agosto de 2020 (97,8 pontos). O Índice de Expectativas (IE) caiu 2,2 pontos para 94,9 pontos, menor patamar desde julho de 2020 (90,5 pontos).
Entre os quesitos que compõem o ISA, o pior desempenho se deu no indicador que mede a situação atual dos negócios, que caiu 2,5 pontos para 86,9 pontos e chegou ao menor nível desde junho de 2020. O indicador de demanda total recuou 0,9 ponto para 98,6 pontos, o menor patamar desde agosto de 2020 e acumula perda de 15 pontos nos últimos oito meses. O indicador de estoques apresentou movimento de acomodação ao ceder 0,5 ponto para 110,1.
Segundo o FGV/Ibre, dos indicadores que integram o IE, a tendência dos negócios para os próximos seis meses foi o que mais influenciou a queda do ICI no mês de fevereiro, ao cair 4,7 pontos para 90,7 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (88,8 pontos). O emprego previsto para os próximos meses se manteve relativamente estável ao recuar 0,5 ponto para 101,6 pontos, enquanto a produção prevista para os próximos três meses continua em trajetória negativa pelo terceiro mês consecutivo, caindo 1,5 ponto, para 92,6 pontos, menor valor desde abril de 2021. O nível de utilização da capacidade instalada recuou 0,8 ponto percentual, para 79,9%.
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