Militares russos disseram nesta segunda-feira (21) que tropas e guardas de fronteira impediram um grupo de “reconhecimento diversivo” de violar a fronteira da Rússia a partir do território da Ucrânia e que cinco pessoas foram mortas. As informações são de agências de notícias russas.
A Ucrânia negou a reportagem das agências de notícias russas, dizendo ser notícia falsa, e acrescentou que nenhuma força ucraniana estava presente na região de Rostov, onde o incidente teria ocorrido. Segundo a agência de notícias Interfax, militares russos disseram que veículos armados ucranianos entraram em território da Rússia e foram destruídos.
O comunicado descrevia os inimigos como um grupo de sabotadores e afirma que as cinco pessoas foram abatidas. O incidente teria ocorrido perto da cidade de Mityakinskaya, na região de Rostov, às 6h locais (0h em Brasília).
Mais cedo, a agência FSB, um dos serviços de segurança da Rússia, afirmou nesta segunda-feira (21) que um obus disparado do território da Ucrânia destruiu um posto de fronteira russo na região de Rostov. Não houve mortos nem feridos, de acordo com a agência de notícias Interfax. O incidente ocorreu a 150 metros da linha de fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com o texto da Interfax.
Oleksiy Danilov, o principal líder de segurança da Ucrânia, afirmou que o país não ataca civis. Desde 2014, há grupos de separatistas rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia , região marcada por conflitos há anos. Na semana passada, os grupos rebeldes e o governo ucraniano trocaram acusações de ataques.
Violações de cessar-fogo
Houve mais de 1.500 registros de violações do cessar-fogo em 24 horas no leste separatista pró-Rússia da Ucrânia, um recorde até agora neste ano, informou a Monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no sábado (19). Da tarde de quinta-feira à noite de sexta-feira, observadores da OSCE registraram 591 violações do cessar-fogo em Donetsk e 975 em Luhansk, os dois enclaves separatistas.
Os combates mais intensos ocorreram no noroeste da região de Lugansk, cerca de 20 quilômetros a sudeste de Severodonetsk, uma localidade leal ao governo de Kiev. A OSCE, cujos membros incluem a Rússia e os Estados Unidos, implantou sua missão de paz na Ucrânia em 2014, após a anexação da Crimeia pela Rússia e a eclosão de um conflito entre Kiev e separatistas na região de Donbas, que deixou mais de 14.000 mortos.
No sábado, a organização alertou para um “aumento drástico” nas violações do cessar-fogo assinado em 2015. O exército ucraniano informou que dois soldados foram mortos neste sábado em um bombardeio por separatistas. Mais de dez bombas explodiram a algumas centenas de metros do ministro do Interior ucraniano, Denis Monastirski, quando ele visitava a linha de frente com os separatistas.
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