O Projeto de Lei que determina o pagamento de um auxílio para trabalhadores do setor cultural de Salvador foi encaminhado para a Câmara Municipal, nesta quinta-feira (17). Essa será a segunda vez que o benefício será pago para essa categoria. Em maio de 2021, cerca de 6 mil profissionais receberam um salário mínimo, R$ 1,1 mil. Desta vez, serão 7,5 mil trabalhadores contemplados e o valor será de dois salários mínimos, R$ 2,4 mil.
Batizado de SOS Cultura II, o projeto foi elaborado pela própria prefeitura como um socorro aos profissionais do setor cultural atingidos diretamente pelo cancelamento do carnaval em função da pandemia. Caso o PL seja aprovado até a terça-feira (22) será possível fazer os pagamentos até a sexta-feira (25). O presidente da Câmara Municipal, Geraldo Júnior (MDB), garantiu que a matéria será aprovada dentro desse prazo.
Para o presidente da Associação dos Profissionais de Eventos (APE), Adriano Malvar, a notícia chegou em boa hora. Ele contou que a crise atingiu em cheio o setor e que existem trabalhadores passando por necessidades primárias, como a falta de alimentos.“Montamos e distribuímos cestas básicas e mesmo assim tem gente que não pode vir buscar porque não tem dinheiro para pagar o transporte. A situação está muito complicada. O setor está parado. A gente agradece a sensibilidade da prefeitura e consideramos a ação positiva, ainda não é o ideal, mas essa assistência para quem não tem nada é um grande alívio”, disse.
A Associação estima que existem cerca de 30 mil músicos em Salvador e que durante o carnaval 230 mil profissionais atuam diretamente no setor cultural, em 60 cadeiras que vão desde o catador de latinhas até o grande artista em cima do trio-elétrico. “O ideal seria que esses trabalhadores recebessem um auxílio mensal, ainda que fosse de R$ 300, mas mensal, por isso, estamos cobrando também do Estado”, afirmou Malvar.
Uma manifestação será realizada na quinta-feira (24), primeiro dia de Carnaval, em frente a Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Trabalhadores do setor cultural pretendem pressionar o governo para que adote postura semelhante à prefeitura, oferecendo ajuda aos profissionais da cultura nos 417 municípios baianos.
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