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SEM GRANDES FESTAS, CIDADES TURÍSTICAS DA BAHIA PREVEEM 100% DE OCUPAÇÃO HOTELEIRA NO CARNAVAL

Redação - 17/02/2022 06:54 - Atualizado 17/02/2022

Apesar das festas de rua do Carnaval 2022 terem sido canceladas pelo governo do estado, o turismo continuará aquecido na última semana de fevereiro. Algumas cidades, como Maraú, no Sul baiano, onde ficam as praias de Barra Grande, terão 100% de ocupação nos hotéis. Já em Salvador, ficará entre 65% e 80%. Segundo o secretário municipal de turismo Fábio Mota, a expectativa é que a taxa fique cerca de 20% maior que no carnaval passado. O secretário enfatiza o crescimento frente a 2021, por conta da retomada econômica e avanço da vacinação. “No verão passado, estávamos numa situação pior, com muitos casos de covid. Agora, temos uma ocupação razoável, com um elevado índice de vacinação e letalidade menor. Isso tem encorajado a retomar o turismo”, analisa.

Para o presidente da Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade do Estado da Bahia (FeTur), Silvio Pessoa, o avanço da pandemia e suspensão do carnaval são motivos que desencorajam turistas. “As pessoas virão a Salvador, mas não para o Carnaval, e sim a lazer. Além disso, a ômicron assustou todo mundo. Outro problema é o preço das passagens aéreas, que estão muito caras”, afirma.  Ele estima que, na semana do Carnaval, a ocupação fique em 80%. Já em todo o mês de fevereiro, a previsão é de 70%. “As regiões de Itapuã e Pelourinho vão ter boas ocupações, mas os hotéis executivos, que também lotam no Carnaval, vão sofrer mais”, diz

Em Maraú, onde existem aproximadamente três mil leitos em pousadas, hotéis e casas de aluguel, a expectativa é de lotação máxima, igual ao ano passado. “Estamos com alta procura, algumas pousadas já estão lotadas. Com o cancelamento do carnaval, as pessoas estão buscando lugares de praia, por serem mais abertos e tranquilos em meio à pandemia”, prevê o secretário de turismo de Maraú, Leonardo Levita.

No arquipélago de Cairu, a ocupação será maior na ilha de Morro de São Paulo, oscilando entre 85% e 95%. A falta da festa afeta a quantidade de turistas, segundo o secretário de turismo da cidade, Cláudio Brito. “Aquela ocupação esperada não vai acontecer, principalmente porque aqui era muito forte o pós-carnaval, a ressaca. Já que não vai ter festa, vamos perder, principalmente, os baianos que viriam nos visitar”, estima Brito. Ao todo, são cerca de 10 mil leitos de hospedagem em Cairu.

Em Porto Seguro, no Sul da Bahia, o secretário de turismo e vice-prefeito, Paulinho Toa Toa, espera que os hotéis fiquem até 90% ocupados. “Estamos surpresos porque já estamos com 70% de ocupação e acreditamos que até o carnaval devemos chegar em 80 e 90%. Se fosse em dias normais, seria 100%, mas, entendemos o momento e estamos no meio de uma pandemia, então é preciso seguir todas as regras”, conta o secretário.

A procura maior é pelo distrito de Caraíva. “Um dos destinos mais procurado que a gente está percebendo é Caraíva, por questão de mídia. Virou a queridinha, principalmente dos blogueiros do Brasil”, conta Toa Toa. O Booking, plataforma de aluguel de pousadas e hotéis, registrou uma tendência também em Trancoso, como sendo o terceiro destino mais buscado no Brasil para o período.

No Litoral Norte da Bahia, alguns resorts atingirão 100% de ocupação, de acordo com o secretário de turismo de Mata de São João, Alexandre Rossi. A média do município, onde fica Praia do Forte, será de 75% a 85%. “Mesmo no período mais crítico de covid, os hotéis mantiveram boa ocupação, como se fosse alta estação. Como o destino reúne tudo  que é possível para o respeito aos protocolos e distanciamento, com praia e natureza, teremos bom movimento”, ressalta o secretário.

Apesar de não ocorrerem as festas públicas, estão autorizados eventos privados, de até 1.500 pessoas, seguindo o decreto estadual. A emissão de som nas ruas e praças também está proibida. Ao todo, são 9.609 leitos em meios de hospedagem na cidade. No Grand Palladium Imbassaí Resort & Spa, a ocupação prevista para o carnaval é 70%. “Em dezembro de 2020, tivemos 60% de ocupação média e, em janeiro de 2021, chegamos a 45%. Foi um momento de agravamento da pandemia então os números caíram bastante.  Já em dezembro de 2021 tivemos 80% de ocupação média e, janeiro, 75%”, conta o diretor geral, Paulo Fernandes.

Ele diz que a maioria das reservas são de turistas de São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Goiânia. As diárias variam entre R$ 900 e R$ 1.500. “Tivemos algumas ofertas variáveis conforme a ocupação, mas, com baixos descontos, por entender que o nosso posicionamento e qualidade são os grandes diferenciais e seguimos muito criteriosos em relação às medidas de saúde e segurança”, adiciona.

Em Camaçari, a procura aumentou em mais de 50%, segundo a secretária municipal de turismo, Cristiane Bacelar. “Não tivemos baixa estação com a pandemia, e sim aumento de 30% do fluxo. Muita gente transformou suas segundas residências em primeira, no qual tivemos, dessa forma, aumento populacional na nossa costa. Com o verão, a faixa de ocupação dos nossos meios de hospedagem chega a quase 100%”, conta Cristiane.

A expectativa para esse período é maior que o ano passado, por conta do avanço da vacinação, assim como pelo turismo regional. “Com o aumento da curva de contágio em países estrangeiros, Camaçari tem recebido maciçamente turistas regionais, de cidades vizinhas e estados do Brasil. Nossos turistas brasileiros são em sua maioria do Centro-Sul, como Brasília, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná”, detalha. (Correio)

Foto: divulgação

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