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BAHIA TEM 28 MUNICÍPIOS COM MENOS DE 50% DE COBERTURA VACINAL DE 2ª DOSE

Redação - 09/02/2022 07:00

A cobertura vacinal das pessoas a partir de 12 anos com a segunda dose ou dose única anticovid na Bahia é, atualmente, de 77,9%. Mas a média esconde uma grande desigualdade. Enquanto 59 municípios já passaram dos 90%, 28 ainda nem chegaram aos 50%. O ranking negativo de menor cobertura é ocupado por Mutuípe, Varzedo e Encruzilhada, do primeiro ao terceiro lugar, respectivamente. O levantamento foi obtido pelo Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-BA) via Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

Salvador tem 89,75% de cobertura vacinal para a primeira dose. Para a segunda, entre pessoas com 12 anos ou mais, o número é 77,43%. Mas quem lidera na maior cobertura é Uauá, com 95,15% para a primeira dose e 137, 17% para a segunda. O número acima dos 100% pode ser explicado pela margem de erro na estimativa populacional (baseada no último Censo do IBGE, de 2010) e também pela aplicação de vacina para pessoas de outros municípios.

Já Mutuípe fica com apenas 40% de cobertura para a primeira dose e 20,83% para a segunda. Para a população entre 5 a 11 anos, o sistema não aponta nenhuma vacina aplicada, assim como acontece com a dose de reforço. Além de Mutuípe, Varzedo e Encruzilhada, também integram a lista dos 28 municípios cidades como Amélia Rodrigues, Teixeira de Freitas e até mesmo Ilhéus.  “Não adianta termos Salvador com quase 90% da população vacinada e outras com menos de 50%. Para a Bahia ficar livre da covid-19, com um cenário positivo, a gente precisa equiparar a vacinação”, defende o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-Ba), Marcos Sampaio.

“Quando fazemos uma análise por macrorregião da Bahia, observamos percentuais diferentes de uma para outra. O Extremo-Sul tem o menor percentual de cobertura, com 66,8%. Depois, vem o Sul com 69,9%. A melhor cobertura é a do Centro-Norte, com 85,4%”, afirma Vânia Rebouças, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da Sesab.  O presidente do CES-Ba destaca que o principal fator para a desigualdade é a falta de profissionais em uma parte dos municípios. “Há falta de vacinadores e digitadores. Em alguns municípios, a equipe é insuficiente para vacinar e colocar no sistema”, diz. O CES-Ba enviou, no último 4, um ofício ao Ministério da Saúde solicitando recursos extras para a contratação de mais profissionais para a vacinação. Ainda não houve resposta.

Sampaio ainda acrescenta que há desigualdades entre zonas urbanas e rurais e atrasos no sistema. “Tem também o problema da zona rural, das grandes distâncias a serem enfrentadas, dos obstáculos nesses caminhos a serem percorridos. Mas vale ressaltar as falhas no sistema. Há um atraso nisso. Alguns municípios não têm suporte, outros têm dificuldade com internet ou falta de digitadores”. Vânia Rebouças concorda. “Além de outros fatores, temos uma alimentação irregular do sistema de vacinação por parte das secretarias municipais. Apesar da Sesab fazer a atualização diária dos dados, há municípios que estão sem alimentar o sistema estadual há mais de uma semana. Isso nos preocupa e atrapalha a análise da situação da vacinação no estado”, destaca.

O secretário de saúde de Jucuruçu, Marcos Henrique Moreira, diz que a vacinação está acontecendo no município, mas reconhece o atraso no registro. “Em janeiro, checamos o sistema e vimos que não estava havendo registro. A mesma pessoa ficava responsável pela vacinação e por alimentar o sistema, então não dava conta. Isso foi revisto, foi contratada uma outra pessoa e agora o atraso está sendo corrigido”, afirma. A assessoria de Teixeira de Freitas também afirmou que há dificuldade em alimentar o sistema e que, por isso, está realizando um mutirão de digitação. O secretário de saúde de Ilhéus, André Cesário, disse que o percentual de vacinação da segunda dose é de 82,54%, e não 47,46%, como aponta o levantamento. Segundo ele, a diferença se deve por conta do atraso de lançamento da vacinação no sistema, mas a situação está sendo regularizada.

Foto: divulgação

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