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VEJA OS POSSÍVEIS EVENTOS QUE FAZEM A COMMODITY DISPARAR

Redação - 07/02/2022 13:45 - Atualizado 07/02/2022

Os preços do petróleo aceleraram as altas e voltaram a renovar máximas desde 2014, com o Brent superando os US$ 93 o barril na última sexta-feira (4), nas máximas desde 2014, em meio a uma tempestade de inverno nos Estados Unidos, que está alimentando preocupações sobre interrupções no fornecimento. “A última alta foi desencadeada por uma onda de frio no Texas, que está alimentando preocupações sobre interrupções de produção na Bacia do Permian, o maior produtor de ‘shale’ dos EUA”, disse Carsten Fritsch, analista de commodities do Commerzbank.

Porém, de acordo com analistas e estrategistas de mercado, as tensões geopolíticas são a grande preocupação e devem definir o rumo do mercado da commodity. Duas questões em especial preocupam: uma potencial guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que vem se desenhando cada vez mais como uma de suas principais preocupações para os mercados em 2022, além da chegada ou não de um acordo nuclear entre Irã e EUA.

Os Estados Unidos alertaram na quinta-feira que a Rússia formulou várias opções como desculpa para invadir a Ucrânia. Moscou rejeitou a acusação e no passado disse que não está planejando uma invasão. O Bradesco BBI traçou alguns cenários para o mercado após conversa com Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV. Para os analistas do banco, no geral, a impressão que foi passada é de que um potencial acordo. Acordo com o Irã poderia ser mais difícil de ser realizado do que eles previam anteriormente, o que traria um aumento da pressão para as estimativas atuais da casa para os preços do petróleo.

Já o caso Ucrânia, por sua vez, pode ser observado por alguns ângulos. Stuenkel acredita que a principal motivação russa para as recentes escaladas que vêm causando apreensão é uma preocupação genuína com a inserção de mísseis americanos em território ucraniano. Há a hipótese de motivações para exercer uma crescente influência política e econômica, mas a principal razão seria a segurança.

Assim, acredita que a Rússia não deva se inclinar para conflitos armados, pois isso pode ser prejudicial para o país. Do ponto de vista dos EUA, a Ucrânia se tornou uma distração de preocupações geopolíticas maiores (como avanços econômicos da China), mas o presidente tem que se mostrar firme nesse tema. Enquanto os EUA também querem evitar qualquer tipo de conflito armado/escalado (pois não é do interesse dos cidadãos), o país imporá sanções, se necessário, dependendo da gravidade da situação.

A grande questão é a Alemanha, que faz “malabarismos diplomáticos” tentando apaziguar a situação. O país é fortemente dependente da Rússia do ponto de vista energético e tem todo interesse em concluir o gasoduto Nord Stream 2, especialmente sob o contexto de escalada do preço do gás. Stuenkel acredita que o país vai acelerar seus investimentos em energias renováveis ​​para sair desta situação diplomática a longo prazo. O professor vê quatro cenários possíveis para a questão ucraniana.

Foto: divulgação

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