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STARTUPS DE ENTREGAS COMPETEM PELA PRÓXIMA FRONTEIRA

Redação - 07/02/2022 13:15

Aos poucos, telefones cederam espaço a aplicativos como iFood e Rappi na hora de encomendar refeições. Agora, essas e outras startups querem que seus apps substituam o hábito de fazer compras presenciais nas feiras e supermercados. A diferença? O mercado é ainda maior – e não tem vencedores claros. O Do Zero Ao Topo conversou com diversos desses mercados digitais. Cada um tem sua tese em qual fórmula vai triunfar: ser mais veloz, mais preditivo, mais econômico ou mais sustentável. Pelo menos enquanto um deles não consegue reunir todas essas qualidades – e, assim como aconteceu com os aplicativos de delivery de refeições, consolidar os aplicativos de mercados digitais.

Segundo os empreendedores ouvidos pelo Do Zero Ao Topo, os supermercados digitais no país vinham crescendo aos poucos sua participação antes da pandemia. As grandes redes de supermercados desenvolveram suas próprias plataformas de e-commerce e depois se uniram a aplicativos que os conectam aos consumidores, como os marketplaces Rappi (2017), iFood Mercado (2019) e Cornershop by Uber (2020). Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), 67% dos supermercados que vendem por e-commerce contam hoje com as empresas de entregas por aplicativo. As três empresas se tornaram unicórnios, startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais.

Fundada na Colômbia em 2015, a Rappi chegou ao país no final de 2017. “Já chegamos ao país sendo um aplicativo para entregas de restaurantes e supermercados. Essa última vertical é bastante interessante por sua recorrência e tíquete médio. Porém, existia uma barreira de entrada maior do que a das refeições na cabeça do consumidor. O crescimento foi acelerado entre as gerações mais novas, e gradual como um todo. Apenas a pandemia disseminaria a aceleração dos pedidos online de supermercado para mais faixas etárias”, explica Eric Dhaese, diretor geral da Rappi no Brasil.

A frente de supermercados da Rappi cresceu 30 vezes desde o começo de 2019, sendo que o maior impulso foi visto nos últimos dois anos. O isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus foi um acelerador para a adoção dos pedidos online em diversos setores – inclusive entre os supermercados. “Antes da pandemia, eram poucos os supermercados que imaginavam comercializar produtos por outros canais que não o tradicional. Agora, ficou evidente para os supermercados a importância de estarem presentes no ambiente digital se quiserem conquistar mais clientes e vender mais”, afirma Diego Pereira, coordenador do Departamento de Economia e Pesquisa da APAS.

Podemos olhar para outros países para prever como será o futuro dos mercados digitais no Brasil. Nos Estados Unidos, um estudo da consultoria McKinsey mostra que os pedidos online representavam entre 3% e 4% do total de pedidos de supermercado no final de 2019. Essa porcentagem passou para entre 9% a 12% no final de 2020, após os primeiros meses de pandemia. A consultoria projeta que a porcentagem chegue a entre 14% e 18% nos três a cinco anos seguintes.

No Brasil, uma fonte de mercado estimou ao Do Zero Ao Topo que a participação do online nos pedidos de supermercado estava entre 2% e 3% antes da pandemia. Atualmente, deve estar entre 4% e 6%. A representação ainda é pequena – mas vale lembrar que o setor como um todo faturou R$ 554 bilhões apenas em 2020, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Então, os pedidos online apresentariam um faturamento entre R$ 22 bilhões e R$ 33 bilhões com as porcentagens atuais. Como comparação, o delivery de refeições no país faturou cerca de R$ 11 bilhões no mesmo ano, de acordo com a plataforma de dados Statista.

(Nodar Chernishev/Getty Images)

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