Como uma maneira de melhorar a experiência de seus hóspedes, hotéis têm investido em novas propostas de atrativo e conforto, com diversos focos como na culinária, decoração ou oferecimento de passeios. A tendência dos turistas é a priorização do conforto, mas também de uma vivência única. Hotéis e pousadas em Salvador perceberam esse movimento e já oferecem diferenciais para seus clientes.
Inaugurado no início deste mês, o Canto é um hotel de charme no bairro do Rio Vermelho com uma premissa nova na região. Não apenas uma hospedagem, o local também possui um espaço para outros eventos, inclusive com um restaurante. “A gente preza pelo acolhimento e pela experiência, e o hóspede que vem pro Rio Vermelho está buscando essa sinergia e conectividade com a cidade e com as pessoas”, explica Deborah Almeida, uma das empresárias do hotel.
Os espaços dedicados para a alimentação e outros eventos são o restôbar contemporâneo, que fica no primeiro piso, além do rooftop na cobertura do hotel, um espaço com coqueteria e para eventos menores. “Nossos restaurantes são abertos ao público e o cardápio traz algo mais moderno e misturado à regionalidade, é um hotel gastronômico”, salienta Deborah.
Ela acredita ser importante que o mercado hoteleiro esteja atento às tendências e aos desejos dos turistas. E foi através de estudos e pesquisas, que o Canto percebeu que ter um espaço inserido na região era algo demandado tanto pelo público de fora, quanto para quem frequenta o bairro. “No pós-pandemia as pessoas buscam personalidade nos lugares que se dedicam a conhecer e aqui é a conexão total com a cidade”, comenta a empresária.
Ter uma experiência única é um objetivo para muitas pessoas quando viajam, por isso Deborah reforça que ter uma hospedagem menor possibilita atendimentos mais exclusivos: “Nossos clientes precisam ser percebidos e saberem que queremos recebê-los”. Ela destaca ainda que esse acolhimento deve ser bem instruído para que toda a equipe esteja em sincronia.
Quem realizou o projeto do Canto Hotel foi a arquiteta Adriane Lins, que observa cada vez mais o conforto enquanto tendência não só na estrutura física das áreas comuns e dos quartos, mas também na facilidade da própria experiência turística. “Conforto é prioridade, as pessoas vêm à cidade e querem um restaurante, só que às vezes é longe. E no Canto não, aqui a pessoa vai ter lá dentro um restaurante bacana da cidade”, diz.
Esse objetivo de levar elementos de Salvador para dentro, seja com atividades ou com áreas de consumo, é uma solução boa para atender mais de um público e agregar valor à vivência para o turista e para o morador da cidade. Para o Canto, o mais importante é transmitir as características do Rio Vermelho em várias esferas: “A arquitetura tem história, tem o conceito de bairro boêmio, porque a ideia é que as pessoas saiam e curtam o seu entorno, a cidade, e que quando voltem tenham um quarto diferenciado”, comenta a arquiteta.
“É um hotel mais personalizado, com muitas obras de arte e os quartos são únicos. Além de ser um lugar de arte e eventos no bairro. No rooftop, por exemplo, a ideia é ter uma balada, DJ, eventos menores para os hóspedes, mas aberto ao público, por isso temos entradas diferenciadas”, conta Adriane. E por conta da escolha de um conceito moderno, mesmo os elementos individuais do local possuem harmonia.
Tendência no setor
Luciano Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (Abih-BA), considera que essas atividades extras oferecidas para os hóspedes e para os moradores da cidade são vantajosas, pois “aumentam a capilaridade do hotel com seus clientes. Isso é bom também para a cidade, que aproveita de um bom equipamento e atrai e potencializa muito a atividade turística no estado”, explica.
Esse desejo do cliente de desfrutar para além da estrutura física do hotel, já vem sendo percebido e se tornando um fator determinante: “O que acontece muito em cidades históricas, como Salvador, é que o turista quer entender a história da cidade e ter experiências diferenciadas. O hóspede quer uma boa estrutura, claro, mas busca algo mais, ele quer estar conectado com o que acontece ao redor daquele lugar”, destaca Luciano.
O presidente da Abih-BA orienta ainda que, além desse foco na vivência do cliente, há fatores importantes que o mercado hoteleiro precisa se atentar. “Um dos mais importantes é a inserção de novas tecnologias como cardápio digital, check-in online e validação do celular para virar a chave do quarto, por exemplo. Isso tem ajudado muito porque traz agilidade e hoje em dia o cliente está digital, aponta Luciano.
Outro lugar na cidade que aposta no diferencial envolvendo a cultura local é o Hotel Casa do Amarelindo. O proprietário-gerente, Didier Ounnas, conta: “O hotel é em um casarão do século XVIII, no coração do Pelourinho e com vista para a Baía de Todos os Santos”. “O bairro atrai muita gente, é um local de riqueza histórico-cultural em Salvador e por estarmos dentro desse bairro é tudo próximo e dá para ir caminhando. Nós oferecemos passeios privados em todos os idiomas com um guia do Pelourinho que organiza em parceria essa tour para nós”, diz Didier.
Mas o proprietário-gerente do hotel também reforça que a maioria dos hóspedes são brasileiros, então eles têm maior autonomia na região. “A maioria conhece a história de Salvador então chegam sabendo o que vão fazer e visitar”. Entretanto, Didier ressalta que mesmo com a disponibilidade dos passeios fora, é importante proporcionar um local de tranquilidade e conforto: “A proposta é fazer o hóspede se sentir em casa, mas com um atendimento excepcional”, indica.
Foto: divulgação
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