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ANO LETIVO DE 2022 COMEÇA ESSA SEMANA EM 11 ESTADOS. VEJA REGRAS

admin - 30/01/2022 07:58 - Atualizado 30/01/2022

O ano letivo de 2022 deve começar em redes estaduais de pelo menos 11 estados e redes municipais de 11 capitais na primeira semana de fevereiro. Com volta iminente das aulas presenciais, os pais e responsáveis precisam estar atentos aos cuidados e protocolos contra a Covid-19, especialmente com a variante ômicron, que é “uma variante nova com uma capacidade de contaminação seis vezes maior que as outras, como a Delta”, de acordo com o médico sanitarista Gonzalo Vecina.

Com tantas mudanças no cenário da pandemia nos últimos meses, afinal, o que ainda está valendo para o ambiente escolar? Para entender isso, o g1 conversou com o pediatra e infectologista que coordena o Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Otsuka.

  1. Devo mandar meu filho para a escola mesmo sem a vacina contra a Covid?

Para Otsuka, o momento atual da pandemia é muito diferente daquele vivenciado em 2020 que levou as aulas presenciais a serem suspensas. Isso se deve, principalmente, ao avanço da vacinação entre o público adulto e adolescente, e ao início da vacinação entre crianças de 5 a 11 anos. Por isso, ele opina que não é preciso esperar até que a criança esteja totalmente imunizada (após 15 dias da segunda doses da vacina) para mandá-la à escola. “Se não há nenhum quadro respiratório na família, se a criança está clinicamente saudável, se não for uma criança com quadro de câncer ou alguma doença imunossupressora, acredito que ela deva ir à escola, sim”.

As crianças já foram muito prejudicadas, um prejuízo que muito provavelmente é irreversível, tanto no aprendizado como no desenvolvimento neuropsicossocial. Na pandemia, os números de agressão à criança aumentaram. Além disso, para muitas crianças a principal refeição é a da escola, então muitas delas tiveram problemas nutricionais. E ainda grande parte das crianças, principalmente da rede pública, não tem se quer acesso à internet. E quando elas têm, o acesso é normalmente através de um celular. E é impossível você ter uma aula adequada assim”, enumera.

Apesar disso, o profissional reforça que é indispensável vacinar todas as crianças no momento em que a vacina estiver disponível para a faixa etária dela. “A criança pode pegar a doença de qualquer pessoa, inclusive dos pais. Neste momento, eu acredito que a chance dela se contaminar na escola é bem menor, mas se um coleguinha pegou dos pais e acabou levando para a escola, a criança pode, sim, adoecer e talvez até morrer”, explica ele.

  1. O que fazer se meu filho estiver com sintoma de Covid?

Para evitar situações como essa, Otuska afirma que crianças doentes não devem ir à escola. E não apenas aquelas que apresentem sintomas clássicos de Covid, mas sintoma de qualquer doença. “Somente de 20% a 25% das crianças tem manifestações clínicas de Covid, e pode ser, por exemplo, diarreia, dor abdominal, vômito. Esses sintomas também podem indicar outras enfermidades além de Covid, mas qualquer situação de doença, a criança não deve ir à escola.

  1. Se meu filho estiver vacinado, ele deve continuar usando máscara e mantendo o distanciamento?

Para Otsuka, a máscara é indispensável para qualquer pessoa neste momento da pandemia, vacinada ou não, e o distanciamento deve ser mantido sempre que possível. Mas existem outros protocolos que podem ser também muito efetivos no controle da disseminação da Covid. “Por exemplo, as crianças podem entrar em escalonamento de turmas no ambiente escolar, ou revezar no horário de intervalo. E o ideal é elas irem à escola em um veículo específico para transporte de alunos e não em coletivos comuns”, sugere o infectologista.

  1. E se houver um caso suspeito na minha casa, devo mandar meu filho para a escola?

Caso seja apenas uma suspeita, a criança deve ficar em casa até o familiar ser testado e se o resultado for negativo, pode retornar à escola. Se o resultado confirmar a contaminação, a orientação do médico é que a pessoa com Covid se isole, se possível, e que os outros familiares sejam testados. A pessoa contaminada deve manter o isolamento por até 5 dias, se não estiver mais com sintomas, e após testar negativo. Os familiares devem manter o isolamento pelo mesmo período mesmo se os testes não identificar a doença.

Para o infectologista, do mesmo jeito que criança doente não deve ir à escola, aquela que teve contato com pessoas contaminadas não devem frequentar a sala de aula. “Como eu disse, os casos sintomáticos entre as crianças são consideravelmente baixos, mas isso não significa que a criança não está doente e não vai transmitir a doença para os colegas”, explica.

  1. O que fazer se alguém da classe do meu filho estiver com sintomas de Covid?

Se os protocolos de segurança contra a disseminação da Covid estiverem sendo devidamente seguidos no ambiente escolar, os pais não devem se preocupar exageradamente caso um colega da criança apresente sintomas da doença. “O que deve acontecer é o mesmo que deve ser feito em qualquer situação de criança doente: ela vai ficar em casa até estar recuperada”, explica o médico. Os demais alunos devem permanecer frequentando as aulas e seguindo os protocolos.

  1. Qual é a melhor máscara para crianças?

Já que as máscaras são indispensáveis, segundo o profissional, o melhor a fazer é buscar o modelo mais seguro para as crianças. “Para adultos, a máscara PFF2 (que possuí elásticos que passam por trás da cabeça) são as melhores. Já as crianças podem utilizar máscaras cirúrgicas menores ou N95 infantil (aquelas com tiras para encaixar nas orelhas), que já são encontradas no mercado. Na falta de um desses modelos, pode usar a máscara que tecido, que filtram menos, mas ainda tem um fator de proteção”, explica ele. Otsuka reforça: “Melhor uma máscara de pano do que nenhuma máscara”.

  1. As escolas vão exigir comprovante de vacinação?

Cada rede de ensino, seja ele municipal, estadual ou particular, está definindo se vai ou não exigir a comprovação de vacinação do aluno. No Amazonas, por exemplo, a rede estadual e a municipal da capital Vitória não vão exigir o comprovante. Já no Ceará, a rede estadual e a municipal da capital, Fortaleza, vai exigir o comprovante. Enquanto isso, na Bahia, a rede estadual de ensino vai exigir o comprovante de vacinação contra a Covid, mas a rede municipal de Salvador decidiu não cobrar o comprovante.

Foto: divulgação

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