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APLB É DENUNCIADA POR COAGIR PROFESSORES NOS PRECATÓRIOS

Redação - 26/01/2022 08:56 - Atualizado 26/01/2022

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que ressarce valores retroativos devidos referentes ao período entre 1996 e 2007 ao setor de educação de estados e municípios, virou motivo de processo entre duas associações de apoio aos profissionais de educação da Bahia. A Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (Aceb) apresentou, ao Ministério Público, uma denúncia contra os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).

De acordo com Marinalva Nunes, presidente da Aceb, a APLB estaria induzindo profissionais a acreditarem que, para receber o valor do fundo destinado ao magistério – 60% dos precatórios -, seria necessário assinar procuração e contrato do sindicato. “Existe uma coação afirmando que, quem não assinar a procuração, não receberá os valores do fundo. Bem como a informação falsa de que é preciso contratar advogado, mediante a convencionamento de 10% para filiados e 15% para não-filiados do valor para os honorários jurídicos”, acusa Marinalva

Procurado, o presidente da APLB, Rui Oliveira, não comentou sobre a necessidade da contratação de advogados e questionou a ação. “Querem aparecer com a APLB. Se quiserem aparecer, é melhor colocar uma melancia no pescoço e sair na rua. Tudo vai ser colocado na Justiça. São acusações infudadas”, diz Rui.

Professores revoltados

Filiada da APLB desde 1982, Maria Núcia Nunes, 58 anos, professora aposentada, recebeu o informativo do sindicato, mas discorda do convencionamento e não assinará a procuração. “Essa questão não é mais jurídica, é política. Temos direito, com ou sem advogado. Não vou assinar, assim como muitos colegas. Tem que pagar pelo que é direito nosso?”, questiona Maria Núcia, ressaltando que já paga a filiação ao sindicato.

Outra filiada ao sindicato que não esconde o descontentamento com a exigência é a professora aposentada Maria Ivonilde Gama, 68 anos. “Isso é uma injustiça com a nossa categoria. A gente só ajuda e eles só tiram. Não me preocupou porque sei que está garantido, mas fiquei irritada”. Ana Cristina Purificação, 57, é professora da rede estadual e também tem direito ao fundo. Ela afirma que o impasse tem causado preocupação aos profissionais. “Professores estão apreensivos e acuados. Eles querem receber, mas se deparam com exigências da APLB. Estão confusos com informações divergentes. Muitos acabam caindo e assinando por medo de perder o valor”, conta Ana Cristina.

Foto: divulgação

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