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PRODUTORES CRITICAM REDUÇÃO DE 50% DO PÚBLICO EM EVENTOS

Redação - 21/01/2022 06:38

A decisão do Governador Rui Costa de Reduzir o público nos eventos pela metade(Veja aqui), não agradou o setor. Segundo reportagem do Jornal Correio, representantes de associações de eventos demonstraram indignação após o anúncio dado nesta quinta-feira (20) pelo governador Rui Costa, que limita o público de eventos de qualquer tipo ao máximo de 1.500 pessoas. Uma redução de 50% em relação ao que o decreto permitia anteriormente (3 mil). A norma do limite de metade do público em cada espaço permanece sem mudanças. Segundo o governador, o novo decreto será publicado no Diário Oficial na sexta-feira (21) com a mudança. “Em função do crescimento do número de casos, nós estamos assinando o decreto que determina a redução de limite de público em eventos de 3 mil para 1.500 pessoas”, explicou.

Enquanto isso, os empresários apontam para a falta de diálogo do governador com a categoria, para buscar uma solução que agrade as duas posições, e além disso, questionam a justificativa apresentada por Rui para decretar uma nova redução de público. “O discurso sempre foi: ‘vacinem-se, pois a vacina vai reduzir o número de óbitos e internações. Com esses números sob controle, não precisaremos tomar medidas drásticas de restrição’. De fato, é o que tem acontecido. A vacina tem feito o que se esperava: a grande maioria dos infectados são assintomáticos ou têm sintomas leves. E os casos que se agravam são entre pessoas que não se imunizaram ou têm algum tipo de comorbidade. Mas, agora, eles estão se apegando ao número de contaminações para justificar essas decisões. A vacina nunca prometeu que as pessoas não se contaminaram. Enfim, é mais fácil penalizar todo um setor do que investir na reabertura dos leitos de UTI e manter os números sob controle”, questiona Moacyr Villas Boas, representante da Associação Baiana dos Produtores de Eventos (Abape).

Em entrevista, o governador esclareceu que além de evitar que o número de casos ativos de covid-19 continue crescendo, a redução do público também objetiva que as outras categorias de do setor econômico não sejam prejudicadas. “Nós temos que conter essa doença, porque se não fizermos nada, daqui a pouco esse número vai estar gigantesco e impactando outras atividades econômicas. Então precisamos dar um freio nessa contaminação, e a forma de diminuir o ritmo é diminuir a aglomeração das pessoas naquilo que não gera diretamente o desemprego de milhares de pessoas. Por tanto, estamos reduzindo esses eventos, seja ele de qualquer tipo”, justificou. Para a integrante da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), Cinara Cardoso, o decreto afeta muito mais que os empresários e promotores de eventos, ele alcança toda a cadeia produtiva do setor, composto dos integrantes de bandas aos colaboradores que prestam serviços de apoio durante os eventos.

“Esse é um decreto para justificar o que ele [governador Rui Costa] não pode mexer. Um discurso irresponsável condenando um setor como capitalista, que não se importa com vidas. Como se quem perdesse fosse o empresário, que se não faz a festa, não deixa de pagar boleto. A cadeia produtiva do setor é a que realmente é prejudicada. O evento não é o empresário, são cidadãos contribuintes como qualquer outros que precisam trabalhar”, diz a integrante da Associação Brasileira de Empresas de Eventos. Quanto à viabilidade de se realizar um evento para 1.500 pessoas, Moacyr Villas Boas aponta que para a maioria dos produtores de evento não é algo vantajoso.

“Para alguns será viável e para a maioria, não. Mas o fato é que estão todos cancelando tudo. Como não existe diálogo nem planejamento do governo neste quesito, não nos sentimos seguros nem para planejar um evento para daqui a uma semana, e é óbvio que ninguém faz um evento em apenas uma semana, porque semana que vem pode surgir um novo decreto restringindo ainda mais o limite de público. Não há consideração nem mesmo com os eventos que haviam sido planejados dentro dos decretos anteriores”, esclarece o representante da Abape.

Foto: divulgação

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