Por Thiago Conceição
A queda de faturamento do segmento supermercadista da Bahia foi uma surpresa em meio ao cenário de retração do comércio do estado. De acordo com levantamento da Fecomércio-BA, divulgado ontem com base nos dados do IBGE, o setor de supermercados caiu 12,4% no penúltimo mês de 2021. No panorama geral, o comércio varejista baiano faturou R$ 10,2 bilhões em novembro, representando uma redução de 7,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para o Bahia Econômica, o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze, justificou que a queda do comércio na Bahia era esperada, mas a igual retração do setor supermercadista liga o sinal de alerta para o efeito da inflação elevada.
“Isso mostra que as famílias não estão tendo renda nem para comprar os itens básicos. Muitas famílias baianas usaram o décimo para pagar dívidas, ao tempo que existe o impacto da inflação sobre o poder de compra dos consumidores e o elevado índice de desemprego na Bahia”, explica Dietze.
Diante dos desafios econômicos enfrentados no estado, o consultor econômico prevê que o resultado de dezembro do comércio baiano também será de retração. Para 2022, a questão do ano eleitoral e o pagamento do Auxilio Brasil poderão ajudar na melhora do setor no estado.
“É importante se pensar medidas que possam gerar efeito econômico para o pequeno e médio varejo. E o Auxílio Brasil ajuda nesse sentido, pois gera renda para esses empreendimentos. No entanto, é preciso pensar um ambiente político menos conturbado e com incentivos para os negócios, a exemplo da redução de cargas tributárias, pois só assim é possível consolidar uma retomada”, conclui.
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