Uma das maiores empresas da Bahia tem seu controle acionário discutido na Justiça. Trata-se da Ferbasa, uma das maiores fabricantes de ferroligas do Brasil e única produtora integrada de ferrocromo das Américas, cujo dono de José Gorgosinho de Carvalho Filho doou as ações da empresa para a Fundação José Carvalho, que detém 50,1% da companhia, com 98,8% das ações ordinárias. O herdeiro, José Eduardo de Carvalho, pleiteia na Justiça as ações da companhia que foram doadas pelo pai.
O empresário morreu em 2015, e o filho soube que o testamento só destinava R$ 2 milhões para a família. A relação entre pai e filho nunca foi boa e ficou mais distante após a morte da irmã de José Eduardo, Denise, em um acidente de carro em 1987. Denise seria a sucessora do fundador dos negócios, na narrativa do irmão no processo, ainda que José Carvalho já tivesse começado a transferir as ações para a fundação na década de 70.
José Eduardo abriu processo que corre em segredo de justiça, e iniciou outra ação agora sobre o tema, dada a falta de acordo com a empresa. As duas ações debatem a legalidade da transferência das ações para a fundação, pedindo sua nulidade quase 50 anos depois – no argumento, não houve prescrição, uma vez que as informações só foram conhecidas no testamento em 2015, quando o tema foi levado à justiça.
A Ferbasa vale em bolsa atualmente R$ 4,5 bilhões e a acumula alta de 122% na Bolsa nos últimos 12 meses, mas José Eduardo não tem nenhuma ação da empresa. Aos 62 anos, José Eduardo espera se tornar o principal acionista da Ferbasa no desfecho do processo. O valor da causa é de R$ 1,77 bilhão, que é valor patrimonial da Ferbasa, mas um dos laudos anexados ao processo indica transferência de R$ 800 milhões em ativos para José Eduardo. Com informações da Pipeline do Valor Econômico.