Por Thiago Conceição
O presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei 46/2021 que instituía o Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Refis). Neste cenário, o presidente da Fecomércio-BA, Carlos de Souza Andrade, destaca que a medida seria importante para fomentar a retomada econômica, especialmente em virtude da crise em que as micro e pequenas empresas ainda enfrentam por conta da pandemia.
Em entrevista ao Bahia Econômica, Andrade ainda reforçou que o ano de 2021 foi de recuperação para o comércio varejista da Bahia, mas o mesmo não se pode dizer sobre a expectativa para 2022. Segundo projeção da Fecomércio-BA, o faturamento do comércio no estado deve atingir R$ 113,5 bilhões, queda de 1% na comparação com 2021.
“Os setores que mais cresceram foram o de lojas e vestuários. Mas as vendas de lojas de eletrodomésticos, móveis, decoração, caíram muito. Se a gente tiver o desempenho, a expectativa é de retração do setor em 1% para 2022”, explica o presidente.
Segundo a Fecomércio-BA, as vendas das lojas de eletrodomésticos e eletrônicos caíram -29%, móveis e decoração, -25%, e materiais de construção -13%. Para o segmento de veículos e motos, a expectativa será positiva em 13%, mas muito calcada na demanda reprimida, pois com o problema de insumos, a indústria automobilística atrasou, e muito, a entrega desde o início da pandemia.
Por outro lado, as lojas de vestuário, tecidos e calçados devem registrar aumento nas vendas de 33%, mas isso depende de uma situação de maior normalidade. “A expectativa para 2022 também passa pelo avanço da vacinação e controle da pandemia. Além disso, as medidas restritivas serão fundamentais para o funcionamento ou não do comércio baiano”, concluiu.
Com relação ao Refis, temendo o fechamento de muitas empresas e a perda de postos de trabalho, a Fecomércio-BA informou que está mobilizando a bancada baiana no Congresso Nacional para que busque a derrubada do veto.
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