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A ÔMICRON PODE ACABAR COM A PANDEMIA OU TORNÁ-LA ENDÊMICA?

Redação - 03/01/2022 15:47 - Atualizado 03/01/2022

O surgimento da variante Ômicron, muito mais transmissível e menos letal, é um elogio a Charles Darwin, talvez o maior dos cientistas, e é a constatação de que a evolução é a mola mestra da natureza. Um apanhado das ideias dos principais cientistas permite dizer isso. Darwin demonstrou que as espécies, inclusive o homem, evoluem através das mutações e que na natureza, não é o mais forte que sobrevive, e sim o mais apto, aquele que adquiriu uma mutação que faz com que se adapte melhor a determinado ambiente. Em relação ao vírus, isso quer dizer que  a variante que conseguir infectar mais gente em menos tempo é a que se adapta melhor e se tornará dominante.

Não é um plano, nem uma estratégia do vírus, é puro acaso: de repente surge uma mutação que não mata o hospedeiro e tem sintomas leves e, por isso, ela se torna dominante, pois consegue se disseminar mais rapidamente. Aliás, quanto mais leves os sintomas mais fácil será o contágio e o ideal para o vírus seria que ele pudesse existir sem chamar a atenção do sistema imunológico do hospedeiro. E atenção: quanto mais o vírus se espalha, mais mutações ocorrem, mas só aquelas que tornam o vírus mais apto sobrevivem.

Sendo assim, a Ômicron poderia estar mostrando que o coronavírus está perto de seu limite evolutivo ideal, ou seja, atingiu a transmissibilidade máxima, tornou-se a cepa dominante e provavelmente não haverá variantes futuras capazes de se tornar dominantes. Então chegamos a dois cenários:   1) a Ômicron dribla as vacinas na maioria das pessoas e vai contagiar grande parte da população mundial, ainda que com infecções leves ou assintomáticas. 2) A Ômicron não consegue driblar as vacinas na maioria das pessoas e assim o que se verá são surtos da doença em vários locais, seja pela baixa vacinação ou por outros fatores.

No primeiro caso, o sistema de saúde será fortemente afetado e haverá novas restrições na mobilidade, até que haja uma nova vacina ou o contágio generalizado. No segundo caso, o coronavírus se tornará endêmico,  no sentido de que vai continuar circulando de maneira restrita. Ou seja, ocorrerá surtos em determinados locais e em determinadas populações e nada impedirá que novas cepas surjam, mas a doença já não será mais pandêmica e no máximo será necessário campanhas anuais de vacinação.

Tudo parece indicar que a Ômicron vai decretar o fim da pandemia ou torná-la endêmica, mas isso só o tempo dirá.

*Essa reportagem é uma compilação de vários artigos de cientistas e de várias abordagens sobre o assunto.

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