A escritora Lya Luft faleceu na madrugada desta quinta-feira (30) em Porto Alegre, segundo sua filha, Suzana Luft. Natural de Santa Cruz do Sul, ela tinha 83 anos. Lya faleceu em casa. As informações são do portal G1.
Segundo Suzana, Lya lutava havia 7 meses contra um melanoma, câncer descoberto já com metástase. Ficou internada, mas pediu para ir para casa antes do Natal. Ainda de acordo com a filha, Lya morreu enquanto dormia. A cerimônia de despedida deve ser restrita à família.
Seu primeiro livro, “Canções de Limiar”, reuniu uma série de poemas e foi publicado em 1964. Nos anos 1970, ela lançou “Flauta Doce” e “Matéria do Cotidiano”. Seu primeiro sucesso viria em 1980, com “As Parceiras”, romance que trazia uma narradora feminina falando sobre as relações de loucura, morte e tragédia que envolvem uma família.
Na sequência veio “A Asa Esquerda do Anjo”, de 1981, que ecoava o passado da autora. No livro, acompanhamos uma menina criada com rigidez por uma família alemã, que se sente obrigada a viver de acordo com as expectativas da avó, a matriarca, embora queira ser como qualquer outra criança. Como inspiração, ela tem a figura da mãe, uma forasteira que entra em choque com aquele mundo germânico ao qual não pertence.
Daí até seu principal best-seller, Luft escreveu ainda “O Quarto Fechado”, “Exílio”, “O Lado Fatal”, “O Rio do Meio” e “Mar de Dentro”. Até que, em 2003, lançou “Perdas e Ganhos”, que vendeu quase um milhão de cópias e ficou 113 semanas no topo das listas de mais vendidos do país. A obra é uma mistura de ensaio e memória, e versa sobre amadurecimento e amargura a partir de uma perspectiva feminina, pessoal e sensível.