A parcela dos brasileiros que avalia o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) como ruim e péssimo cresceu de 34% para 51% ao longo deste ano. A retrospectiva da pesquisa Exame/Ideia do ano de 2021 mostra que o governo perdeu o apoio de boa parte da população, sobretudo em lugares considerados essenciais, como o Sudeste e o Nordeste.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, diz que esse aumento na desaprovação – de quase 20% – é a combinação de dois fatores. “Bolsonaro não conseguiu capitalizar com a vacinação em 2021. Houve a sensação da população de que o governo atrasou a imunização. O segundo ponto, talvez o mais importante, é a questão econômica. Nós tivemos um ano de inflação, desemprego e perda de renda, passando por todas as classes sociais e regiões”, afirma.
Ao analisar os números por camadas, é possível perceber que Bolsonaro perdeu apoio em regiões muito populosas: Nordeste e Sudeste. Juntas, elas concentram quase 150 milhões de habitantes, o equivalente a 70% da população brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É justamente nesses dois locais onde a desaprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) é maior, se comparado com outras regiões.
Ao longo de 2021, o presidente tentou reverter este quadro, com vistas frequentes às duas regiões. Em apuração feita por EXAME, com base na agenda oficial da Presidência da República, disponível no portal oficial do governo, entre 25 de agosto a 25 de novembro, Bolsonaro esteve no Nordeste, pelo menos, em sete viagens oficiais. Os compromissos foram assinatura de contratos do governo federal, a lançamento de obras, em especial as que levam água ao semiárido nordestino.
A mesma quantidade de viagens – sete – do presidente teve como destino o Sudeste, no mesmo período.Em comparação, a visita a estados do Norte, Sul e Centro-Oeste ocorreram com menor frequência, não passando de três, cada.