A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre as ameaças de morte aos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em razão de eventual aprovação das vacinas contra a covid-19 para crianças e entendeu que “restou comprovada a materialidade e autoria” do delito cometido pelo autor do e-mail, Douglas de Toledo Bozza.
No entanto, o delegado Tarcísio Júnior Moreira acabou não indiciando o investigado pelo fato de o delito de ameaça se tratar de um crime de menor potencial ofensivo. Foi enviado o relatório à Justiça Federal do Distrito Federal, “para tomada das medidas que melhor convier a Justiça”. Caberá ao Ministério Público Federal denunciar o investigado ou não.
O e-mail com as ameaças foi encaminhado no dia 28 de outubro para servidores da Secretaria de Educação do Estado do Paraná e para a Primeira a Quinta Diretoria da Anvisa. No texto, Bozza dizia que, caso houvesse aprovação da Anvisa para vacinação de crianças contra a covid-19, retiraria seu filho da escola. A mensagem trazia a afirmação mentirosa de que os imunizantes seriam experimentais e registrava: “deixando bem claro para os responsáveis, de cima para baixo: quem ameaçar contra a segurança física do meu filho: será morto.”
A política da imunização das crianças contra com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de especialistas de todo mundo, sendo que em diversos países a vacinação de tal população já foi iniciada. No entanto, o assunto enfrenta resistência do presidente Jair Bolsonaro e de apoiadores da ala ideológica do governo.