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TRANSPORTE CLANDESTINO CRESCE 29% EM TRÊS ANOS EM SALVADOR

Redação - 20/12/2021 10:00 - Atualizado 20/12/2021

No centro da cidade e na região do Iguatemi eles são inúmeros, às vezes até causando engarrafamentos. Mas nem todas essas vans, ônibus, micro-ônibus, motos e carros são regulamentados pela prefeitura de Salvador e esse sistema de transporte clandestino vem ganhando força. Nos últimos três anos, o número de veículos irregulares removidos de circulação cresceu 29,2%, segundo a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob). Em 2019, foram 359 veículos apreendidos; em 2020, 449 e, em 2021, já são 464. O último levantamento feito pela Integra, em 2019, apontou que 1.600 veículos faziam transporte clandestino de passageiros. No último dia 6, o Ministério Público da Bahia determinou que a Semob tem até o dia 6 de janeiro para apresentar um plano de combate ao sistema irregular de transporte.

A reunião é resultado de uma queixa feita ao MP em 2016 por três entidades: União Geral dos Passageiros, Associação Metropolitana dos Usuários de Transporte Coletivo e a União Municipal e Metropolitana dos Estudantes Secundaristas, que tem assento no Conselho Municipal de Transporte. O representante das entidades, Alex Emanoel da Silva, é o responsável pela queixa. Segundo ele, a lista de problemas envolvendo o transporte clandestino é enorme. “Esse tipo de sistema tumultua o transporte público regular, causa engarrafamentos. Outra grande questão é a segurança dos passageiros porque temos registros de acidentes, as regras não são seguidas corretamente, os veículos não têm condições adequadas. A Integra é licitada, paga uma série de impostos, os funcionários têm seus direitos trabalhistas, enquanto o transporte clandestino tem funcionários não qualificados, não paga impostos, não segue regras”, diz.

Em nota, a Associação das Empresas de Transporte de Salvador (Integra) ressaltou, entre os pontos negativos do transporte coletivo, a não adoção da gratuidade para idosos e pessoas com deficiência e da meia-entrada para estudantes. Além disso, destacou que o sistema não cumpre horário e itinerário e não tem seguro em caso de acidentes, assim como emprega menores de idade, não cumpre obrigações trabalhistas e emprega motoristas que não são habilitados para exercer o transporte de passageiros. “O transporte clandestino é responsável pela perda e extinção de milhares de postos de trabalho dos rodoviários”, finaliza a nota.

Alex ainda diz que o tráfico e a milícia no Rio de Janeiro e São Paulo utilizam esse mecanismo de transporte como forma de repressão às comunidades. “Estamos querendo evitar que isso aconteça aqui em Salvador. Aqui já identificamos que existe uma organização criminosa por trás desse tipo de transporte, não são simplesmente as pessoas que estão passando dificuldade que vão trabalhar nesse serviço. Existe todo um sistema para circular na cidade, cada dono de van tem que fazer pagamentos a cooperativas que não têm qualquer legalidade. Aí os veículos colocam uma faixa forjam um sistema regular”, acrescenta.

Foto: divulgação

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