Em entrevista a rádio Metrópole, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que pretende ser candidato à reeleição no sedado federal. O parlamentar afastou qualquer possibilidade de disputar o governo da Bahia no próximo ano, como apontou alguns correligionários. “A minha pretensão é a candidatura de reeleição ao Senado Federal”, afirmou Otto, acrescentando ainda que apostará no também senador Jaques Wagner (PT) para vencer as eleições em 2022 como governador do estado.
Sobre o fundo eleitoral, Otto chamou o veto de Bolsonaro de hipocrisia. “O relator do Orçamento é que vai agora estipular esse valor. Eu não acredito que ele vá chegar a esse número de R$ 5 bilhões. Mas isso foi estipulado e votado no Congresso Nacional por todas as forças políticas. Da esquerda, da centro-esquerda, do centro, da direita, pra não ter mais o financiamento privado que levou a tantos problemas, como o mensalão, petrolão”, declarou.
Em um discurso a favor do dinheiro público para bancar campanhas políticas, Otto lembrou da disputa presidencial de 2018, quando Henrique Meirelles (MDB), ex-ministro da Fazenda, investiu R$ 54 milhões, embora não tenha conseguido chegar ao segundo turno. “Se o cidadão é milionário, tem aviões, não é o meu caso, tem helicópteros, não é o meu caso, tem muito dinheiro, ele vai fazer uma campanha que a lei permite que ele bote quanto ele quiser. O Henrique Meirelles, que foi candidato a presidente da República, e teve 1% [de votos, gastou na campanha dele R$ 60 milhões. Ele é bilionário, tem gente que não é. Então a representação do povo que vai pra uma Câmara de Vereadores, pra prefeitura, para assembleia, pra Câmara dos Deputados, pro Senado, vai fazer como? Se ele não tem recursos pra competir com quem é milionário, é rico? Por isso foi aprovado no Senado Federal e na Câmara já há algum tempo esse fundo eleitoral e que o presidente vetou”, comparou.
“Essa é a lei, a realidade que foi aprovada na Câmara e no Senado. A Câmara e o Senado são o quê? A representação do povo brasileiro. Não tem outra saída. Cada um tem que rever o seu momento de votar”, continuou. O senador chamou de “hipocrisia” o veto de Bolsonaro ao Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões, uma vez que sua derrubada foi articulada com apoio do PL e partidos aliados . “Interessante que o presidente da República vetou, sendo que o partido ao qual ele está filiado foi o partido que mais votou para aumentar o fundo eleitoral.”. Questionado sobre o quão custoso é o Congresso em um país com desemprego em alta, inflação galopante e a fome de volta à mesa de milhares de brasileiros, o senador minimizou.
“Acho que você tem certa razão. Mas tudo numa Assembleia, numa Câmara de Vereadores, numa Câmara dos Deputados, no Senado é feito por maioria. Se você for olhar as votações, nunca são por unanimidade. Nesses casos, você tem razão. Eu acho que o custo do Congresso é muito alto, como é também o das Assembleias, pode ser que seja na Câmara dos Vereadores. Isso pode ser revisto, mas é a lei. Foi aprovado e já não é de agora. Isso é há mais de 30 anos que essa estrutura está aí montada. Eu, por exemplo, não era senador quando essa legislação foi aprovada no Senado e na Câmara dos Deputados, e ela está lá, em vigor até agora”, afirmou.
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