O Tribunal Superior Eleitoral divulga hoje as novidades da urna eletrônica para as eleições de 2022. O modelo está menor e mais moderno, segundo informações exclusivas obtidas pela CBN. A promessa é também de maior segurança. Logo de cara, o eleitor irá notar uma diferença no visual. Na nova urna, as teclas ficam abaixo da tela – o formato lembra as maquininhas de pagamento. Diferente do layout atual, em que o teclado fica à direita e o visor, à esquerda.
A nova geração utiliza um tipo de bateria que não requer novas cargas desde que o aparelho é ativado, ao contrário do modelo anterior, de 2015, em que uma nova recarga seria necessária a cada cinco anos. O processador, considerado o cérebro do equipamento, agora é um System on a Chip (SOC), uma tecnologia mais recente e até 18 vezes mais veloz do que o chip visto na urna anterior. A expectativa é de maior rapidez na inserção dos dados.
O teclado da urna eletrônica foi aprimorado e agora conta com botões com duplo fator de contato. Isso significa que o próprio equipamento acusa eventuais problemas como mau-contato ou curto-circuito. Desta maneira, a urna pode ser substituída mais rapidamente. Ainda do ponto de vista técnico, a nova urna brasileira passa a aceitar pen-drives. Esta novidade deve facilitar a programação do equipamento nos Tribunais Regionais Eleitorais. Atualmente, é utilizada uma espécie de cartão de memória, tal qual se vê em alguns celulares. A mudança facilita a operação, sem diminuir a segurança, segundo os técnicos.
Os mesários vão notar uma diferença. Na nova urna, o terminal de quem trabalha nas eleições é totalmente sensível ao toque, tal qual os smartphones nos últimos 15 anos. Nesta nova geração, enquanto uma primeira pessoa vota, outra pode ser identificada pelo mesário. Isso poderá aumentar o número de eleitores por seção ou diminuir eventuais filas. O tradicional som de “pirilili” ao fim de cada voto está mantido no novo equipamento. A nova urna eletrônica custa cerca de U$ 1 mil, contra U$ 600 do modelo anterior. De acordo com a assessoria do TSE, a diferença de preço se deve ao que chamou de “salto tecnológico” e inovações do produto mais atual. As urnas serão fornecidas pela empresa brasileira Positivo, de Curitiba.
O sistema eletrônico de votação foi adotado em 1996. De lá para cá, os recursos de segurança foram aprimorados e estão presentes na base de 577 mil aparelhos que estarão a serviço do pleito no próximo ano. Todas as urnas, sejam novas ou antigas, vão executar o mesmo sistema de votação. A nova geração estará em uso em algumas regiões do país, enquanto o modelo antigo também marcará presença. Em novembro, a Justiça Eleitoral promoveu o Teste Público de Segurança, em que especialistas da sociedade civil, da academia e da Polícia Federal tentaram invadir e modificar os votos. Nenhum ataque conseguiu modificar o resultado da votação. Cinco pontos de melhorias estão sendo analisados pelos técnicos do TSE.
O presidente da Justiça Eleitoral, ministro Luiz Roberto Barroso, deve detalhar todos estes pontos numa coletiva marcada para hoje às 11h30. Os ouvintes podem conferir imagens exclusivas da nova urna eletrônica no site cbn.com.br e nas redes sociais da CBN.
Foto: divulgação