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ABSTENÇÃO NO PRIMEIRO DIA DE ENEM 2021 FOI DE 26%, DIZ INEP

Redação - 22/11/2021 07:15 - Atualizado 22/11/2021

O primeiro de aplicação da prova do Enem 2021, neste domingo, registrou 26% de faltosos, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, comemorou o resultado, destacou que a abstenção foi baixa e disse que o conteúdo da prova mostra que não houve interferência política na prova. Em entrevista à imprensa, ele chegou a dizer que, se houvesse intervenção “algumas perguntas talvez não estariam ali”.

No total, foram 3.109.762 inscrições para a prova. Sem nenhum incidente grave durante a aplicação da prova, o ministro aproveitou para criticar a oposição e rebatar as acusações de que haveria interferência política no conteúdo da prova. — Acredito que o Enem foi um sucesso. Para nós isso (percentual de abstenção ainda durante a pandemia) foi um número significativo — disse o ministro.

A lisura da prova foi colocada sob suspeita após uma debandada de 37 servidores no início de novembro, denunciando o presidente, Danilo Dupas, por assédio moral. Na última segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que as perguntas do Enem “começam agora a ter a cara do governo”. 1º dia de provas:  Enem abordou indígenas e negros, citou Chico Buarque e Gonzaguinha e falou de conformismo com o bordão ‘vida de gado’, de Zé Ramalho

Segundo o Inep, a abstenção foi de 52% no ano passado, quando já havia pandemia. Em 2019, foi de 22%, e em 2018 de 24,7%. Nos anos anteriores, 2017 e 2016, foi superior a 30%, mesmo sem pandemia, o que foi destacado por Milton Ribeiro, que ainda minimizou o baixo número de inscritos este ano.

— Nós tivemos um Enem seguro, a tempo, nenhuma intercorrência mais significativa. Por fim, nós pudemos perceber, até mesmo pela abstenção, que isso vai ser dito na hora oportuna, que nosso número daqueles que eventualmente compareceram ao Enem é muito parecido ao que aconteceu no último Enem, mostrando que o mais importante não é o número de inscritos, mas quem veio realmente fazer a prova — disse Ribeiro.

O ministro atacou a oposição, que pediu a troca no comando do Inep, em razão das denúncias de interferência política na prova. Milton Ribeiro voltou a sugerir que a insatisfação de servidores do órgão se deve na verdade a mudanças no sistema de pagamento de uma gratificação, o que é refutado pela associação que representa os funcionários do órgão.

— Hoje nós podemos ver que o que toda essa narrativa que nós tínhamos de partidos de oposição e até de meios de comunicação sobre uma possível interferência na prova não tinha cabimento — disse o ministro. Questionado se o Enem ficou com cara do governo, o ministro da Educação respondeu que isso foi uma “narrativa” e uma tentativa de politizar a prova.

— Isso foi uma narrativa, tentaram politizar a prova. Não houve nenhuma interferência. Se tivesse nossa interferência, pode ser que algumas perguntas não estivessem ali. Não houve sequer qualquer interferência, escolha de perguntas. Quando o presidente fala que o Enem começa a ter a cara do governo, eu digo que tem mesmo: seriedade, transparência, assuntos de cunho acadêmico, sem desvios de recursos, sem vazamentos de documentos e provas. Essa é a cara do nosso governo, de seriedade.

Para argumentar que não houve interferência no Enem, o ministro disse que algumas questões ficariam de fora, caso o Executivo tivesse ingerência sobre a prova.  — Tem alguns temas que, numa visão mais conservadora, são mais caros ao nosso governo. Isso para mim, sem tecer qualquer comentário sobre o mérito das questões, mostra a seriedade com que o governo trata o Enem e a educação — disse Ribeiro.

Foto: divulgação

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