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NA FRANÇA, LULA FALA SOBRE PAPEL DO BRASIL ‘NO MUNDO DE AMANHÃ’

Redação - 16/11/2021 17:23 - Atualizado 16/11/2021

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentará nesta terça-feira, 16, em Paris, sua visão sobre o papel do Brasil “no mundo de amanhã”, antes de confirmar, no início de 2022, se será novamente candidato à presidência. “Estou preparado, motivado e com saúde” para essa possibilidade, afirmou Lula no Parlamento Europeu em Bruxelas, onde definiu o atual presidente, Jair Bolsonaro, como uma “cópia malfeita” de Donald Trump.
Antes do discurso, ele almoçou em um restaurante da zona leste de Paris com a prefeita da capital e candidata socialista na próxima eleição presidencial da França, Anne Hidalgo, que o recebeu com um braço e expressou apoio ao “amigo” Lula, um “visionário”.

Sobre o discurso, o analista e pesquisador da Sciences Po Gaspard Estrada declararam que “desde que saiu da prisão, ele falou muito sobre política interna, mas não houve um grande discurso sobre qual é sua visão sobre o papel internacional do Brasil, se ele for candidato”.

Estrada menciona as mudanças ocorridas na última década, desde a saída de Lula do poder, como a atual rivalidade entre China e Estados Unidos, ou a crise de legitimidade internacional do Brasil no momento.

Criticado por sua gestão da pandemia da covid-19 e pelos incêndios na Amazônia, o atual presidente brasileiro seguiu os passos seu outrora colega na Casa Branca, Donald Trump, com um recuo da presença do país no cenário multilateral.

“Uma das coisas que devemos fazer primeiro é recuperar a credibilidade internacional”, declarou Lula em outubro, antes de garantir que “os americanos, a China, a França voltarão a gostar do Brasil”.

Em uma recente entrevista para Estrada na revista “Politique Internationale”, ele defendeu um “bloco sul-americano forte” em um mundo multilateral, para evitar que China, Estados Unidos, União Europeia ou Rússia “tentem impor sua dominação”.

Considerado favorito nas pesquisas, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou, no mês passado, que definirá no início do próximo ano se será candidato à presidência em outubro de 2022 contra Bolsonaro.

Lula pode disputar a presidência, porque recuperou os direitos políticos após a anulação das condenações por corrupção anunciadas contra ele. Uma delas levou-o à prisão por quase 18 meses, entre 2018 e 2019.

Em viagem pela Europa, um dos principais nomes da esquerda latino-americana intensifica os encontros com líderes social-democratas, como Olaf Scholz, futuro chefe de Governo da Alemanha.

Em Bruxelas, ele também se reuniu com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e com eurodeputados social-democratas.

Foto: divulgação

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