Durante entrevista divulgada pelo Jornal Correio, nesta terça-feira (9), o secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, responsabilizou a APLB-Sindicato pelo não retorno dos alunos às escolas. Ele conversou com o jornal sobre o cenário atual das 432 escolas de Salvador, onde apenas 30% dos 162 mil alunos estão frequentando as aulas presenciais. O gestor teme que haja dificuldade no aprendizado e diz que vai apostar em tecnologia para reduzir a defasagem. Ele culpou a entidade e, consequentemente, os professores pelo não retorno dos alunos.
“Esse afastamento [dos alunos] tem origem no tempo excessivamente longo longe da sala de aula, por conta da pandemia, mas também por conta da posição obstinada da representação sindical dos professores que insistia em não voltar às aulas enquanto não estivessem completamente vacinados. Isso prejudicou muito o retorno. Eles chegaram a fazer campanha, aterrorizando os pais dizendo que se as crianças fossem para a escola iriam morrer, levar o vírus para casa e matar todo o mundo, o que carece de verdade, é uma falácia”, afirmou Marcelo.
A APLB- Sindicato enviou uma nota, onde repudia as declarações do secretário e destacou que:
O executivo municipal exigia o retorno às aulas a qualquer custo, pondo em risco a vida dos professores e alunos, mesmo com o vírus circulando em grande escala em Salvador, ocorrendo, inclusive, óbitos de professores e gestores que trabalhavam presencialmente. Se o sindicato não agisse dessa forma, teríamos perdas ainda maiores entre a categoria, bem como
A APLB também exigiu que as escolas fossem equipadas conforme os protocolos de biossegurança estabelecidos pelos Órgãos de saúde quando todos retornassem às aulas no momento apropriado. No retorno às aulas, dia 23 /08, a realidade que se apresentou foi outra! Escolas não vêm cumprindo os protocolos, a alimentação escolar para os alunos é de baixa qualidade, faltam professores em diversas disciplinas, falta pessoal de apoio nas escolas, falta segurança nas escolas, pois agentes de portaria foram demitidos;
Essa realidade tem contribuído pela insegurança dos pais em mandar seus filhos para as escolas , até porque eles têm o direito de optar em manter seus filhos no ensino remoto e não mandar seus filhos para participarem das aulas de forma presencial.
APLB exige que o secretário da Educação se retrate na imprensa e peça desculpas à APLB-Sindicato e aos professores, que têm dado tudo de si para atender seus alunos, sem a devida assistência e reconhecimento do poder público.