O leilão previsto para esta segunda-feira, 7, do prédio que abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb) tem provocado a manifestação de diversas entidades. Conhecido como Quinta do Tanque, Quinta dos Padres ou Solar da Quinta, o casarão está localizado no bairro da Baixa de Quintas, em Salvador, e é um dos sítios mais antigos do país, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949. O imóvel está entre os penhorados para pagamentos de dívidas da Bahiatursa.
O Departamento da Bahia do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-BA) divulgou Nota Pública de repúdio ao leilão, observando que o prédio “tem um dos usos mais significativos para a história e a memória da cidade, do Estado, do país e de suas relações internacionais, particularmente no período em que Salvador exerceu o papel de capital do Atlântico Sul”.
A entidade destaca que a Quinta do Tanque abriga, desde 1980, as instalações do Arquivo, onde estão custodiados documentos que são referência para pesquisadores e cidadãos de diferentes horizontes acadêmicos, sociais e nacionais e internacionais. “Para uma ideia da sua importância, destaque-se que ali estão abrigados quatro conjuntos documentais já reconhecidos pelo Programa Memória do Mundo da Unesco”.
Além do uso e funcionalidade atual do imóvel, a nota ressalta que ele está situado em um terreno urbano de cerca de 20.000 m² de área, constituindo um conjunto que remonta aos primórdios do século XVI, sendo por mérito arquitetônico tombado pelo Iphan desde 20 de agosto de 1949, ostentando assim a condição de Monumento Nacional.
“O IAB-BA vem a público repudiar tal decisão e encaminhamento, na expectativa de que, por não atender a qualquer requisito de interesse público em sua formulação, seja cancelada a operação comercial do leilão da Quinta do Tanque”, diz a Nota, assinada pelo presidente do IAB-BA, Luiz Antonio de Souza.
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