O embargo da China à carne bovina brasileira completa dois meses nesta quinta-feira (4). Imposto depois da confirmação de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) no país, doença conhecida como “mal da vaca louca”, o bloqueio já levou a uma desvalorização de 11,8% no valor da arroba bovina no último mês e à primeira queda no preço médio das carnes no mercado interno em 16 meses, segundo o IPCA-15, a prévia da inflação oficial.
Segundo informações do Globo Rural, a expectativa inicial era de uma retomada breve dos embarques. Mas, com dois meses de embargo, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima um prejuízo de até US$ 1,8 bilhão se as exportações continuarem suspensas até dezembro. E a situação permanece uma incógnita para o setor, afirmam analistas de mercado.
“A gente sempre tentou definir alguma data pra que tivesse alguma esperança, mas depois de tanto tempo vamos ter que aguardar, mesmo, algum anúncio oficial sobre o tema”, observa o analista de pecuária da StoneX, Caio Toledo, ao ressaltar que o prejuízo gerado pela ausência chinesa atinge toda a cadeia pecuária do país. “Não sabemos de fato o que está acontecendo e, como não sabemos o fato, cada um acaba tendo sua suposição e a sua história. Mas acabam sendo sempre suposições ou narrativas”, observa o analista.
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