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BRASIL PERDERÁ R$ 8,2 BI COM ALTA NO PREÇO DA ENERGIA NESTE ANO, APONTA ESTUDO

Redação - 04/11/2021 16:29

O aumento no preço da energia elétrica resultará em uma queda de R$ 8,2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, neste ano, em comparação com o que ocorreria sem a crise energética. Para 2022, a previsão é de perda de R$ 14,2 bilhões. É o que mostra o estudo “Impacto econômico do aumento no preço da energia elétrica”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com a CNI, neste ano, o consumo das famílias se reduzirá em R$ 7 bilhões, as exportações terão perdas equivalentes a R$ 2,9 bilhões, e o impacto no emprego será de menos 166 mil postos de trabalho. Os dados também mostram que, em 2021, o PIB industrial, que inclui indústrias extrativa e de transformação, serviços industriais de utilidade pública e a construção, deve se reduzir em R$ 2,2 bilhões em comparação ao que seria sem o aumento de custo da energia elétrica. Somente o PIB da indústria de transformação ficará R$ 1,2 bilhão menor neste ano.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, lembra que a crise hídrica é provocada pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o que limita a produção de energia mais barata, e obriga o uso das termoelétricas, que são mais caras. No entanto, soma-se à crise hídrica, a elevada tarifa da energia elétrica no país que contém 16 encargos, impostos e taxas setoriais incorporados à conta de luz e correspondem a 47% do custo total da tarifa de energia.

Antes mesmo da crise hídrica, o custo da energia elétrica já era um dos principais entraves ao aumento da competitividade da indústria brasileira. No ranking do estudo Competitividade Brasil 2019-2020, elaborado pela CNI, o Brasil aparece na última posição, entre 18 países, no fator Infraestrutura de energia, devido ao custo elevado da energia elétrica e à baixa qualidade no fornecimento.
Setores industriais mais afetados pelo custo da energia

O aumento no preço da energia elétrica não afeta todos os consumidores da mesma maneira. De acordo com a economista da CNI e autora do estudo, Maria Carolina Marques, o resultado setorial depende de três fatores: variação de preços, intensidade no consumo de energia e se os produtos fabricados pelo setor são comercializados internacionalmente.

Desta forma, os setores industriais mais impactados pelo aumento de energia são: energia elétrica, gás natural e outras utilidades; metalurgia; fabricação de peças e acessórios para veículos automotores; produção de ferro gusa, ferroligas, siderurgia e tubos de aço; fabricação de produtos de madeira; mineração; têxteis; celulose e papel. Maria Carolina Marques lembra que a indústria é o setor da atividade que apresenta o maior consumo de energia elétrica e é afetado de forma direta e indireta.

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