O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), assinou a Declaração dos Líderes do G20, que prevê medidas para o cumprimento do Acordo de Paris e definições na COP-26. Ao contrário do que seu mandato tem promovido nos últimos três anos, os compromissos firmados pelo Brasil e as outras dezenove maiores economias do mundo incluem o aumento da produção de imunizantes da Covid-19, a boa relação com os povos originários e o empoderamento das meninas e mulheres. O documento foi divulgado na terça-feira, 2.
A declaração foi escrita com base nos debates do último fim de semana em Roma, dos quais o presidente esteve ausente. Em sua agenda pessoal, Bolsonaro preferiu passear pela cidade no domingo, 31. Os países signatários comprometem-se em avançar nos esforços vacinais da Covid-19 e auxiliar a comunidade internacional a garantir a cobertura em ao menos 40% das populações de todos os países do mundo até o fim deste ano e 70% até o meio de 2022. Ainda na saúde, o G20 deve promover o bem-estar de mulheres e meninas, sobretudo aquelas em vulnerabilidade. No mês passado, o presidente vetou a criação do Programa Nacional Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. O projeto não incluía todas as pessoas que menstruam. A declaração da COP-26 destaca a saúde sexual e reprodutiva como meta para o empoderamento.
No caso do meio ambiente, a cúpula do G20 reconhece a importância dos povos originários na proteção dos ecossistemas e da biodiversidade. Nesse sentido, o governo Bolsonaro e demais mandatos devem incluir as populações indígenas nos debates sociais, econômicos e climáticos. Nos três anos da gestão Bolsonaro-Mourão o desmatamento aumentou na floresta amazônica. Em 2019, apoiadores do presidente decretaram o Dia do Fogo, em que queimaram a vegetação nativa da floresta. Também no norte do país, as comunidades indígenas têm sofrido retaliações de garimpeiros, atividade que se fortalece no momento. Em agosto deste ano, lideranças indígenas de todo país foram até a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, reivindicar direitos básicos no contexto da pandemia e a demarcação das terras.
Geração de empregos sustentáveis, acolhimento de migrantes climáticos e de demais fluxos, assim como esforços para finanças sustentáveis a cargo dos ministérios e bancos centrais são outros tópicos que o presidente brasileiro e seu governo devem cumprir. Até lá, os chefes de estado concordaram em manter um diálogo multilateral no combate aos efeitos das mudanças climáticas.
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