Cinco anos após o início do surto de casos da doença de Haff na Bahia, ainda não se sabe o que a provoca. Há quem diga que a também conhecida como doença da urina preta seja provocada pelo consumo de peixe ou somente pelo peixe olho de boi. Mas segundo especialistas, não há comprovação científica de que a doença seja associada a um tipo específico de pescado e todos eles estão sob suspeita, incluindo alimentos como camarão, lagosta e lagostim.
“A gente imagina que a doença seja provocada por uma toxina presente em crustáceos e peixes que é resistente ao calor. Então não adianta cozinhar ou assar o alimento porque, na maioria dos casos registrados, não foram alimentos crus. E também tivemos casos tanto em peixes de criadouros quanto em peixes frescos”, diz a nefrologista Carolina Neves, médica do Hospital Cárdio Pulmonar e membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia Regional Bahia, acrescentando que casos já foram registrados em diversos países e que ainda não há definição do que a provoca.
A Bahia já possui 18 casos confirmados da doença. Os números foram atualizados com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) na terça-feira (2). Os municípios de residência dos casos notificados são: Alagoinhas (5), Salvador (13), Maraú (1), Simões Filho (1), Mata de São João (1) e São Francisco do Conde (1). No ano passado, foram notificados 45 casos e confirmados 40, nos municípios de Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Entre Rios, Dias D’Ávila e Candiba.