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COMÉRCIO GLOBAL CAI 8%; RECUPERAÇÃO DEVE VIR ATÉ 2023

Redação - 25/10/2021 12:14

O comércio global caiu 8% em 2020, mas deve se recuperar totalmente do baque entre 2022 e 2023. É esperado um ritmo de crescimento consistente até o final da década a partir desse ano, com média de desempenho positivo de 2,7% anualmente até 2030. Os dados são do relatório Executive Perspectives: Achieving Supply Chain Resilience in a Volatile World, do Boston Consulting Group (BCG).

A consultoria avalia que a queda foi pequena. Apesar das dificuldades com as medidas de restrição de circulação e do comércio no início da pandemia, os países, com o tempo, passaram a controlar melhor as variáveis da crise e a minimizar os danos à economia.

Outros fatores, porém, contribuíram para o encolhimento da economia e devem ser observados mais de perto nos próximos anos, como a falta de chips semicondutores, que fez 90% dos fabricantes de automóveis da União Europeia e dos Estados Unidos interromperam a produção em 2020 – e deve continuar impactando o setor pelo menos até 2022. Outro motivo apontado foi o aumento de 330% no frete marítimo entre fevereiro de 2020 e o mesmo período desse ano, segundo o índice World Container, da Drewry.

“A recuperação pós-covid deve ser vista com cautela pelo mercado, pois pode esconder tendências comerciais que podem continuar impactando o comércio no futuro, como o aumento de políticas protecionistas, novos acordos de livre comércio e a relevância cada vez maior das ações climáticas”, diz Heitor Carrera, diretor-executivo e sócio sênior do BCG no Brasil .

O relatório projeta ainda que o Mercosul vai aumentar sua participação no comércio global até o fim da década impulsionado pelas transações com as duas maiores potências do mundo, Estados Unidos e China. A comercialização com o país asiático será o principal motor do crescimento, aumentando em US$ 96 bilhões até 2030 no comparativo com 2019, enquanto as relações comerciais com os norte-americanos devem gerar US$ 14 bilhões a mais no mesmo comparativo.

Outros blocos do sul global, como a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), o continente africano e a Austrália também devem aumentar a participação no comércio mundial na próxima década e intensificar relações com os chineses.

Tensões comerciais podem gerar perdas de US﹩ 4 trilhões até 2025

Outro alerta do estudo é em relação à potencial perda de US$ 4 trilhões pelos países do G20 até 2025 se as tensões e bloqueios comerciais continuarem no mesmo ritmo. Nesse contexto, o principal conflito é entre China e Estados Unidos, relação que deve comercializar cerca de US$ 114 bilhões a menos em 2030 no comparativo com 2019, uma queda média de 3,7% ao ano. A expectativa é que ambos usem esse dinheiro para comercializar com outros blocos, como a ASEAN, enquanto a China deve focar também no Mercosul e na África e diminuir sua atuação na Europa.

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