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MINERADORA VAI INVESTIR EM RAMAL FERROVIÁRIO DE PIATÃ A BRUMADO

Redação - 22/10/2021 07:38

A notícia de que a mineradora Brazil Iron solicitou permissão ao Ministério da Infraestrutura (Minfra) para implantar um ramal ferroviário e um terminal ferroviário privado, movimentou o setor nesta semana. O projeto, a ser desenvolvido inteiramente com capital privado, proporcionará o escoamento do minério de ferro produzido em Piatã-BA, na Chapada Diamantina, de forma mais eficiente e sustentável.

As obras estão previstas para iniciar em 2022, após a autorização do Minfra e do governo estadual, e deverão ter duração de 36 meses. Serão implementados 120 km de linha férrea, conectados ao entroncamento da Ferrovia Integração Oeste Leste (FIOL) com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), em Brumado.

A empresa atualmente transporta a sua produção de caminhão do município de Piatã até o estaleiro em Maragogipe, na Bahia de Todos os Santos. São aproximadamente mil viagens, de 450km cada, para transportar 44 mil toneladas de minério, o suficiente para dar 11 voltas no planeta Terra.

“Este projeto representa um novo estágio para a produção de minério na Bahia sob todos os aspectos: seja na questão de extração, logística, peletização (agregar valor à matéria-prima), mas, principalmente, do ponto de vista de sustentabilidade e impacto econômico para o estado”, explicou Guy Saxton, CEO da Brazil Iron.

O interesse em investir na malha ferroviária baiana mostra a importância do modal para o desenvolvimento da mineração. Atualmente a Bahia sofre com a inexistência ou má conservação das linhas ferroviárias já existentes. Cenário este que irá melhorar com a conclusão da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), porém ainda muito prejudicada com os trechos da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) que estão inoperantes.

Um relatório interno elaborado em novembro do ano passado na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) conclui que a VLI, concessionária da ferrovia desde 1996, concentrou 90% da sua operação em apenas 2.341 km dos 7.094 km totais da ferrovia e vem diminuindo a cada ano a quantidade de clientes regulares. Esses trechos incluem toda a malha na Bahia, toda a do Rio de Janeiro e alguns trechos em Minas, São Paulo e Goiás. Os outros 4.753 km que não interessam à VLI estariam com manutenção inadequada ou inexistente.

Atualmente o transporte até os portos de boa parte da produção de minério de ferro da Bahia é feito por caminhões.  “Transportar de caminhão é caro, demorado, desgasta as estradas e polui muito mais do que se fosse transportado por trem”, defende o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, Antonio Carlos Tramm. Ele ainda ressalta a dificuldade no que se refere à logística e também competitividade comercial da produção baiana, devido aos gastos adicionais com transporte.

“Recursos como minério de ferro se tornam economicamente mais viáveis com a disponibilidade de uma malha ferroviária que funcione, o que estimula a implantação de novos empreendimentos minerários, gerando mais desenvolvimento econômico e social para o estado da Bahia. Que venha o Trem!”, diz Tramm.

Foto: divulgação

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