Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e responsável por comandar um esquema de “rachadinha” no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, comemorou o seu aniversário de 56 anos em uma festa surpresa com 40 convidados, entre eles Raimunda Veras Magalhães Nóbrega. Ela é mãe do miliciano Adriano da Nóbrega, morto em Esplanada, no interior da Bahia, em confronto com a polícia em fevereiro do ano passado.
Queiroz e Raimunda são alvos da denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em 2020 sobre o esquema no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. O ex-assessor seria o operador da organização criminosa da qual a mãe de Adriano, que integrava o “Escritório do Crime”, é suspeita de fazer parte. Os dois são acusados de crime de peculato e associação para organização criminosa, enquanto Queiroz deve responder ainda por lavagem de dinheiro.
Apesar da denúncia parada no momento, a expectativa, segundo informações do UOL, é que o MP-RJ apresente um novo pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz. Com isso, é possível que uma nova denúncia seja aberta. Em agosto, uma decisão do ministro João Otávio de Noronha suspendeu toda a tramitação da denúncia contra Flávio Bolsonaro, atendendo a um pedido do advogado Paulo Emílio Catta Preta, do próprio Queiroz, mas que foi estendido ao senador e outros 15 acusados.
Segundo o MP, Flávio teria desviado pelo menos R$ 6 milhões dos cofres públicos, sendo que mais de R$ 2 milhões deste montante passou pela conta de Queiroz. Raimunda fazia parte do quadro de funcionários que devolvia parte do salário para Flávio.
Fabrício Queiroz foi preso em junho de 2020, escondido na casa de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro à época. Hoje, ele só advoga para causas do presidente. Em março, o ex-assessor foi colocado em liberdade e desde então tem aparecido publicamente. No último dia 7 de setembro, chamou atenção ao marcar presença em ato antidemocrático no Rio de Janeiro.
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