O Ministério Público Federal e Polícia Federal em São Paulo abriram investigação contra a empresa Global, alvo da CPI da Covid e de operação da PF nesta quinta-feira, 30, para descobrir se houve repasse de propina para operadores do MDB para que a empresa obtivesse um contrato de fornecimento de remédios para funcionários da Petrobras. A apuração tem como base um acordo de delação premiada assinado em 2019 pelos advogados Luiz Carlos D’Afonseca Claro e seu filho Gabriel Claro. Na ocasião, os dois apontaram um esquema de lavagem de dinheiro com a utilização de laranjas e empresas de fachada por parte da Global, além de afirmar que ajudaram a fornecer dinheiro vivo a operadores do MDB de 2014 a 2016.
Entre os políticos envolvidos estão o ex-senador Romero Jucá (RR) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (RJ). De acordo com Gabriel Claro, o esquema teria movimentado de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões. O foco dos procuradores e policiais é apurar se o dinheiro movimentado no esquema foi usado para subornar agentes públicos e políticos e se teve relação com indicações políticas na Petrobras, no governo de Dilma Rousseff (PT). Seis meses após o contrato firmado, a Petrobrás resolveu encerrar a parceria ao afirmar que a Global estaria prestando os serviços de forma precária e em janeiro deste ano, o comitê de integridade da estatal fixou uma multa de R$ 2,3 milhões contra a Global e proibiu a empresa de assinar contratos com estatal de petróleo pelo prazo de dois anos.
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