Depois de assistir a Bahia e Vitória perderem no fim de semana, torcedores tricolores e rubro-negros agora dividem a angústia de estar na zona de rebaixamento. É de se imaginar que na memória venham lembranças de 2005 e 2014, anos em que a dupla Ba-Vi sofreu rebaixamentos casados. E agora, em 2021, um terceiro caso de fracasso coletivo está mais perto do que nunca. A situação atual tem a particularidade de os clubes estarem em diferentes divisões. O Bahia na Primeira e o Vitória na Segunda. Um possível rebaixamento duplo criaria uma espécie de efeito dominó no futebol baiano, até porque o Jacuipense, que esse ano disputou a Série C, já caiu para a Quarta Divisão do cenário nacional. E aí, no fim da fila de peças derrubadas, não restaria nenhum representante do estado na elite do esporte.
Em 2005 e 2014, os rivais caíram juntos, praticamente abraçados. O rebaixamento no começo dos anos dois mil foi o mais traumático, porque levou rubro-negros e tricolores para a Terceira Divisão. O Leão terminou a Série B na 17ª posição, com 27 pontos, dois a mais que o Esquadrão, 18ª colocado. Nove anos depois, eles praticamente ocuparam os mesmos assentos, mas naquela vez em uma queda com destino à Série B. O Vitória foi 17º, com 38 pontos, um a mais que o Bahia, no 18º lugar.
De lá para cá, os dois conseguiram voltar para a elite, e o Rubro-Negro já até foi rebaixado outra vez. Nos últimos anos, o Leão se acostumou a conviver com o Z-4, tem sido assim desde 2016. O Tricolor vinha de temporadas mais tranquilas, longe da zona de perigo. Cenário que mudou em 2020, e agora, apesar das divisões diferentes, os rivais voltam a dividir a mesma angústia. Um recorte das últimas dez rodadas mostra porque os times baianos estão entre os quatro últimos colocados das Série A e B. Cada representante da dupla Ba-Vi venceu apenas duas vezes no período. No caso do Esquadrão, a situação é ainda pior porque a equipe foi derrotada em quatro ocasiões. O Rubro-Negro ao menos conseguiu mais empates e perdeu só dois compromissos.
Além da posição incômoda na tabela, Bahia e Vitória também compartilham dificuldades financeiras. Jogadores dos dois clubes estão com salários e direitos de imagem atrasados. Os atletas do Tricolor, inclusive, decidiram não dar entrevistas nem concentrar para os jogos em Salvador. As mesmas atitudes já foram praticadas por quem usa vermelho e preto em outros momentos.
Futuro
O Bahia tem praticamente um turno inteiro pela frente até o fim da Primeira Divisão. Vão ser oito jogos como mandante e outros oito como visitante, um total de 16 partidas. A margem de recuperação do Vitória é mais curta. Restam 12 datas para o time conseguir deixar a zona de rebaixamento, sendo seis delas com mando de campo e outras seis sem. Uma boa notícia para tricolores e rubro-negros é que nenhum dos dois times está afundado no Z-4. Com 25 pontos, o Leão soma dois a menos que o Londrina, 16º colocado da Série B. A distância do Esquadrão para o 16º da Série A é ainda mais curta. Só um ponto separa a equipe do Santos (24 a 23).
Ou seja, ambos podem deixar o grupo dos quatro últimos colocados já na próxima rodada, quando vão jogar em casa. O Vitória recebe o Botafogo, nesta quarta-feira, 29, e o Bahia enfrenta o Ceará no sábado. É verdade que eles ainda dependem de outros resultados, mas fazer o dever de casa já pode ser considerado uma grande conquista. Até porque, faz tempo que a dupla Ba-Vi não sabe o que é vencer. E, curiosamente, os dois sentiram o gostinho da vitória pela última vez no mesmo dia: 4 de setembro. Nessa data, há quase um mês, o Vitória venceu o Operário-PR por 1 a 0 e o Bahia bateu o Fortaleza por 4 a 2. Desde então, tricolores e rubro-negros aguardam por um novo alinhamento dos astros para que os dois times voltem a vencer juntos e evitem um novo rebaixamento coletivo no futebol baiano.
COMO EVITAR?
Foto: divulgação
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