sábado, 04 de maio de 2024
Euro 5.5596 Dólar 5.1164

PESQUISADORES COLETAM BORRIFOS DE BALEIAS JUBARTE EM ABROLHOS

Redação - 24/09/2021 07:21

Pesquisadores do Projeto Baleia Jubarte estão coletando borrifos de baleias jubarte no Arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, para analisar a qualidade da água do mar e observar a possibilidade de genes com bactérias resistentes a antibióticos. As amostras estão sendo recolhidas com auxílio de drones, que captam o material expelido na respiração das baleias. “A gente acoplou umas placas de acrílico esterilizadas, vamos com o drone em direção à baleia e quando ela está subindo para respirar, tentamos posicionar o drone acima, para pegar partículas de material em suspensão”, afirmou Milton Marcondes, coordenador do projeto.

Quando a baleia respira, solta um jato de ar, o equivalente ao que seria um espirro humano. Junto com o jato, vem a água que fica acima do orifício respiratório. Ao chegar na superfície e juntar-se com o ar, é formado um spray. Ele é chamado de borrifo. Assim que os borrifos são coletados, os pesquisadores recolhem as amostras do drone e armazenam em tubos. O material é enviado para a Espanha, onde são feitas as análises em painel de 15 genes de resistência.

O coordenador ainda explica porque as baleias podem ser usadas como bons indicadores de qualidade da água. “As baleias elas vão se alimentar de peixe, aquele peixe já comeu um outro peixinho, que já comeu um camarão, que já comeu um pedacinho de alga. Se tiver uma contaminação no ambiente, aquela contaminação geralmente vai se acumulando à medida que vai passando de um animal pro outro, e o animal que está no topo da cadeia alimentar tende a acumular mais um determinado contaminante que tenha no ambiente”, disse.

O trabalho desenvolvido pelo Projeto Baleia Jubarte monitora a espécie no litoral brasileiro há 34 anos. De acordo com Milton, os estudos podem mostrar como a população está fazendo o descarte de resíduos no meio ambiente, além de aprofundar pesquisas sobre os antibióticos. O trabalho que está sendo feito é um doutorado da pesquisadora Samira Costa, pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Projeto Baleia Jubarte. Ano que vem ainda serão feitas mais coletas.

A busca é pela presença de um vírus específico das baleias e o de Covid-19. O descarte de material de forma inadequada no mar seria o responsável pela chegada dos vírus nos animais. Além disso, genes de resistência a antibióticos em bactérias. As baleias jubarte vivem cerca de 60 anos e são um indicativo da qualidade do mar onde vivem. Segundo os pesquisadores, a boa saúde do animal – classificado como topo de cadeia – representa um sinal positivo.

Foto: divulgação

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.