A cidade que canta, do povo que dança, ganha o espaço cultural que faltava. Pela primeira vez em seus 472 anos, Salvador passa a contar com um local de celebração e conhecimento de uma das expressões culturais com maior força na sua história. A Cidade da Música da Bahia, novo museu instalado no emblemático Casarão de Azulejos Azuis, no bairro do Comércio, será inaugurada nesta quinta-feira (23). A visitação pode ser feita de terça-feira a domingo, mediante agendamento em horários entre 10h e 17h. A entrada custa R$ 20 a inteira, com estudantes e residentes em Salvador podendo pagar meia-entrada através de comprovação.
São 1.914,76 m² de área construída. Em quatro pavimentos, o espaço possui hall de entrada, bilheteria, salão de estar, café, loja, biblioteca, midiateca, além das salas de exposições e um estúdio de gravação. Tudo com alta tecnologia para proporcionar um verdadeiro mergulho no passado, presente e futuro da produção sonora da primeira capital do Brasil. A visitação pode ser feita por meio do próprio smartphone do visitante, a partir do sistema da Cidade da Música, acessado através de QR Code e mediante preenchimento do cadastro. O espaço oferece serviço de wi-fi gratuito.
Todo o acervo do museu é 100% audiovisual, com curadorias de Antonio Risério e Gringo Cardia. O primeiro andar retrata bairros da cidade e suas músicas, histórias, depoimentos e novas tendências. O segundo andar, que possui ilustrações gigantes de fragmentos da pintura modernista de Genaro de Carvalho, abriga nove cabines de vídeos, além de três salas: A Magia da Orquestra, que exibe conteúdo voltado para a música clássica, A Nova Música da Cidade, com conteúdo de grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música, e Quem Faz a Música da Bahia, que mostra 260 depoimentos das pessoas mais importantes e representativas da música baiana.
O último pavimento da Casa da Música da Bahia oferece muito entretenimento interativo. Há três salas de karaokê com gravação de clipes; uma sala que mostra vídeos de vários rappers; trappers e poetas de todo o Brasil com espaço para o visitante recitar seu rap ou poesia; jogos da memória sobre a música baiana; perguntas e respostas baseadas na exposição e instalações interativas que simulam mesa de som; além de exibições de documentários e espaço especial de demonstração de um set de percussão, que também foi desenhado para ser um estúdio de gravação.
O artista e arquiteto Gringo Cardia, referência mundial em cenografia e também o curador da Casa do Carnaval, na Praça da Sé, se debruçou em ricos acervos e se preocupou em retratar no museu histórias de grandes e novos artistas, além de nomes que fazem músicas nos bairros da capital baiana. “Um espaço para conhecer e vibrar com os ritmos e as tribos que fazem a história da música da Bahia. Uma história que não tem fim e recomeça a cada dia com mais uma novidade, mais uma misturagem. O baiano já nasce com o dom da música”, declarou ele sobre o novo espaço cultural.
Foto: IGOR SANTOS- Secom